Sumaré, 155 anos
A influência da devoção à Sant’Ana no desenvolvimento de Sumaré
Mãe de Maria e avó de Jesus Cristo, a santa sempre foi uma figura presente na história do município
Por Gabriel Pitor
23 de julho de 2023, às 09h38
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/sumare/a-influencia-da-devocao-a-santana-no-desenvolvimento-de-sumare-1993131/
A história da origem de Sumaré tem como uma de suas protagonistas a mãe de Maria e avó de Jesus Cristo, a Sant’Ana, de acordo com a crença católica. Em 1868, quando a região era habitada por um pequeno povoado, formado por cinco casas, e levava o nome de Quilombo — por conta da localização às margens do ribeirão —, foi construída a primeira capela de pau a pique sob a invocação de Sant’Ana.
Como a real data de inauguração do local não é conhecida, o 26 de julho, dia de comemoração da santa, foi adotado como oficial e se tornou, posteriormente, o marco de fundação de Sumaré.

Embora a existência dessa primeira capela seja colocada em dúvida por pesquisadores da atualidade, é fato que Sant’Ana era importante para o povoado. Segundo o Livro de Tombo da Paróquia de Santa Cruz, de Campinas, em 1887 iniciou-se a construção de uma pequena capela “no bairro de Rebouças, o único ponto ameaçado pelo protestantismo”.
Rebouças foi o último nome antes de se tornar Sumaré, em 1945.
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“A região, assim como o Brasil, era composta majoritariamente por católicos. Mas começaram a surgir os primeiros protestantes em Villa Americana. De Americana, esses protestantes passaram a influenciar Campinas. De Campinas, passaram a influenciar Rebouças. E foi por isso que os católicos se sentiram ameaçados e a Paróquia de Santa Cruz de Campinas resolveu criar uma capela em Rebouças”, contou o historiador de Sumaré, Francisco Toledo.
“O padre João Batista Neri, quando foi criada a capela, era muito devoto à Sant’Ana porque o nome de sua mãe era Ana. Aliás, a devoção à santa é muito perpetuada no Brasil pela Igreja Católica. Muitas instituições levaram o nome da Sant’Ana. Até mesmo um carro, nos anos 60 e 70”, completou.
Os serviços religiosos eram feitos por padres que vinham de Campinas. Em 1914, a pedido dos católicos, foi criada a Paróquia de Sant’Ana, desmembrada da Paróquia de Santa Cruz de Campinas. O primeiro pároco foi Miguel Guilherme.
A paróquia era considerada de pequeno porte. Porém, nos anos 1950, Sumaré experimentou um crescimento por conta da industrialização e se tornou município autônomo em 1953. O primeiro prefeito de Sumaré foi o padre José Giordano, que era vigário da igreja de Sant’Ana. Foi neste momento que a paróquia ganhou o apoio necessário para se expandir e se tornar de forma como é conhecida atualmente, em frente à Praça da República, no Centro.
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O projeto arquitetônico do templo foi elaborado por Benedito Calixto, também responsável pela projeção da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida. Os vitrais da igreja foram feitos pelo holandês Ton Geuer.
DEVOÇÃO
No catolicismo, Ana se casou com Joaquim e eles tiveram Maria, a mãe de Jesus. Entretanto, em termos históricos, pouco se sabe sobre Ana. Os registros foram escritos muito tempo depois dela ter vivido.
O Proto-Evangelho de Tiago narra um nascimento milagroso de Maria, já que os pais eram estéreis e Joaquim fez um jejum de 40 dias no deserto para que suas preces fossem ouvidas.
O LIBERAL visitou a Paróquia de Sant’Ana no último dia 20 e lá encontrou a Dona Geni das Neves Andrade, de 73 anos, que disse que faz questão de vir pelo menos três vezes na semana para rezar um terço à Sant’Ana.
“Ela é uma santa muito poderosa, muito meiga e muito acolhedora. Ela é tudo. Eu sou católica, já trabalhei em grupos de oração e carrego toda a fé que aprendi. Peço à Sant’Ana e a Jesus para me proteger, para cuidar de mim e da minha família”, disse Geni.
Por dia, outras centenas de fiéis passam pela paróquia a fim de rezarem para Sant’Ana — principalmente mulheres grávidas, uma vez que a santa é conhecida por proteger e guiar todo o processo de gestação até o parto.
PROGRAMAÇÃO DA PADROEIRA
Veja os eventos programados por conta do Dia de Sant’Ana
NOVENA
25/07 – 17h às 19h – Benção dos carros no Centro Pastoral Nossa Senhora Aparecida (atrás do Fórum de Sumaré)
25/07 – 19h30 – Orações com Dom Antônio Carlos Altieri
26/07 – 18h – Missa e Procissão Luminosa com Padre José Antonio Boareto
29/07 – 18h – Jubileu Sacerdotal do Padre Paulo César Gonçalves Ferreira
30/07 – 18h – Aniversário de ordenação presbiteral do Padre Emerson Ginetti
FESTA DE SANT’ANA
25 e 26/07 – 19h – Centro Pastoral Nossa Senhora Aparecida
BOLO DA PADROEIRA
26/07 – após a missa, das 10h às 15h – Centro Pastoral Nossa Senhora Aparecida; o pedaço custará R$ 20.