Tragédia em Sumaré
Irmãos vítimas de incêndio são sepultados; ‘família era muito unida’, diz amiga
Ana Beatriz Soares Silva, de 18 anos, e João Gabriel Soares Silva, de 2, morreram em incêndio em Sumaré, na quarta-feira
Por Cristiani Azanha
27 de abril de 2023, às 19h20 • Última atualização em 28 de abril de 2023, às 09h00
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cidades/sumare/irmaos-vitimas-de-incendio-sao-sepultados-familia-era-muito-unida-diz-amiga-1946771/
Dor e comoção marcaram o velório e sepultamento dos irmãos Ana Beatriz Soares Silva, 18 anos, e João Gabriel Soares Silva, de 2, no Cemitério Parque, em Hortolândia, na tarde desta quinta-feira (27). Eles morreram supostamente por inalação de fumaça, durante incêndio que ocorreu no dia anterior, na casa da avó deles, no bairro Casa Verde, na região do Matão, em Sumaré.
Eles foram deixados na residência pelo pai. Os irmãos ficaram sozinhos em casa, pois a avó estava viajando para Minas Gerais há dez dias.

Tia paterna das vítimas, Lucrécia de Oliveira diz que a família está arrasada. “Aparentemente, não tiveram nenhum tipo de queimadura, pelo menos nesse sentido meu coração está em paz”, desabafa.
Lucrécia relata que o pai tinha o hábito de deixar os filhos na casa da avó. Naquele dia, tinha deixado os filhos no local enquanto deixava a esposa no primeiro dia de trabalho.
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Ele já estava retornando quando recebeu uma ligação dizendo que a casa da mãe estava pegando fogo. “Ele ficou desesperado e disse que os filhos estavam lá dentro. A outra filha dele, de 13 anos, estava na escola quando tudo aconteceu”, completa.
Amiga da família há 30 anos, Maria Marques lembra que quando o pai das vítimas estacionou o carro, precisou ser segurando por moradores, pois queria entrar na casa para salvar os filhos.
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O pai chegou a entrar na casa e, como inalou fumaça também, precisou ser atendido no Hospital Estadual Sumaré. Ele teve alta no mesmo dia.
João Gabriel também foi levado ao mesmo hospital, mas não resistiu. Ana Beatriz morreu ainda na casa. “Os socorristas fizeram de tudo para tentar reanimá-la, mas não conseguiram”, desabafa Maria.
UNIDA
Maria disse que a família sempre foi muito unida, pois sempre se reunia na casa da avó. “Bastava que alguém fizesse aniversário para que todos se unissem, nunca faltava ninguém. Nas festas de fim de ano, sempre alugavam chácaras e ficavam todos juntos. Não consigo imaginar a dor deles nesse momento. É uma dor nossa também, porque vimos essas crianças crescerem”, comenta.
INVESTIGAÇÃO
As circunstâncias do incêndio estão sendo apuradas pelos policiais civis do 4º Distrito Policial. O delegado Bruno Ramaldes Puppim disse que foi instaurado o inquérito policial como incêndio culposo (sem intenção de causar).
“Ainda aguardamos o laudo, mas o perito afirmou no local que descarta a possibilidade de incêndio criminoso”, antecipa. O laudo deve ficar pronto no período de 30 dias.