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8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
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Cidades

Transporte coletivo corresponde a só 40% das viagens na RMC

Na RPT, moradores de Sumaré e Hortolândia são os que mais realizam viagens pendulares

Por Ana Carolina Leal

24 de abril de 2023, às 07h15

Caminhões, carros, ônibus e motos dividem as faixas da SP-304, em Americana - Foto: Marcelo Rocha - Liberal.JPG

Estudo da Unicamp mostra que, por dia, são realizadas cerca de 4,7 milhões viagens na RMC (Região Metropolitana de Campinas), sendo 107 mil delas intermunicipais. Do total, 60% são feitas por carros e motos e 39,9% por meio de transporte coletivo. Apenas 0,1% são a pé e de bicicleta.

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Os números são fruto da pesquisa de mestrado em mobilidade sustentável da arquiteta e urbanista Janini Dias das Silva. De acordo com a autora, independente da renda, as pessoas preferem utilizar os modos individuais – carros e motos – do que os modos coletivos, no caso, os ônibus.

Na RPT (Região do Polo Têxtil), moradores de Sumaré e Hortolândia são os que mais realizam viagens pendulares, ou seja, a população sai da cidade onde reside para trabalhar em outro município. Segundo a pesquisadora, esses deslocamentos são bastante comuns em toda a região porque a maior parte dos serviços estão dentro do centro expandido de Campinas.

Janini afirma ainda que Sumaré, Hortolândia, Monte Mor e uma parte de Campinas, são as áreas que mais utilizam transporte coletivo. Já as cidades de Arthur Nogueira, Santa Bárbara d’Oeste, Americana, Nova Odessa e Indaiatuba, são as que menos utilizam.

Em 2018, a frota intermunicipal gerenciada pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbano) na RMC era de 418 veículos. Em 2022, a frota terminou o ano com 323 veículos. Em 2018, foram transportados 40,5 milhões de passageiros na região e, em 2022 foram 31,1 milhões.

“Seria importante empresas e prefeituras verificarem o porquê dessa preferência [carros e motos], se o que é ofertado é bom ou não, se os meios que estão sendo oferecidos estão sendo suficientes, se o valor da tarifa [dos ônibus] não está alto, entre outros questionamentos que devem ser levados em consideração”, afirma Janini.

Para a arquiteta, é preciso que sejam desenvolvidas políticas públicas buscando um transporte coletivo mais atraente para as pessoas. “A população não utiliza o transporte coletivo de uma forma satisfatória, o que aumenta o congestionamento, a insegurança, os acidentes e maior tempo no trânsito. E tudo isso reduz a qualidade de vida”.

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Janini também destaca que seria importante que a população se conscientizasse sobre os benefícios de utilizar o transporte coletivo. “É mais sustentável, gasta menos espaço, menos combustível e, consequentemente, reduz a poluição. Hoje, o setor de transporte é um dos que mais emite gases de efeito estufa. Então, quanto menos automóveis e motos em circulação, melhor”.

Para realizar o estudo, a arquiteta se baseou na Pesquisa Origem Destino, realizada pela Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos e dados do PDUI (Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado) da RMC, elaborado pelo governo estadual. Foram considerados indicadores como renda, local de moradia, acesso a veículos individuais e uso de transporte coletivo. O trabalho teve a orientação do professor Pedro Perez Martinez. 

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