Estreia
Bruno Mazzeo e Joana Jabace: sob o próprio teto
Com direção de Joana Jabace, Bruno Mazzeo cria a série "Diário de Um Confinado" durante a quarentena
Por TV Press
21 de junho de 2020, às 08h06 • Última atualização em 21 de junho de 2020, às 08h11
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cultura/bruno-mazzeo-e-joana-jabace-gravando-sob-o-proprio-teto-1237887/
A pandemia do novo coronavírus alterou e subverteu a ordem em diversas casas. Na residência de Bruno Mazzeo, a pandemia detonou uma criatividade intensa, ao lado da esposa, a diretora Joana Jabace.
A série “Diário de Um Confinado” foi criada, produzida e gravada inteiramente durante a quarentena, de forma remota, no apartamento onde o casal vive com os filhos, no Rio de Janeiro.

A obra multiplataforma será exibida primeiro no Globoplay, no dia 26, depois na Globo aos sábados de julho, a partir do dia 4. E também em julho, estreia dia 6 no Multishow e ganha pílulas ao longo do mês no GNT.
“Como tudo o que escrevo, sobretudo quando escrevo sob o olhar da crônica, normalmente tem um pé na biografia, na minha e na de cada um que está participando do projeto comigo. Tem um ditado italiano que eu gosto muito que diz que ‘na arte, tudo é autobiográfico’, porque vem de sensações, de referências que recebemos do mundo, coisas que vivemos, que os amigos vivem. ‘Diário de um Confinado’ é um programa que busca uma identificação. Ao mesmo tempo, tem pitadas de uma loucurinha, que é o que a gente está vivendo, com sentimentos alterados. E é aí que entra a carga do humor”, aponta Mazzeo.
Para a produção, foi montada uma equipe multidisciplinar que conceituou e pré-produziu a série, com um importante diferencial: tudo deveria ser feito à distância.
“Assistente de direção, produção de arte, montador, pós-produção, figurino, efeito especial. Todos os departamentos foram participando cada um de sua casa. Entramos de cabeça nesse desafio imbuídos de fazer dar certo e nos reinventarmos”, explica Joana, que buscou potencializar os talentos que tinha dentro de casa.
“Temos na mesma casa um autor que também é ator e eu, que sou diretora. Usamos essa nossa especificidade a favor da arte. Acredito que o artista tem de se reinventar de acordo com as necessidades do tempo em que vive”, completa.
A série faz uma crônica sobre o dia a dia de um cidadão, Murilo, papel de Mazzeo, que de repente se vê obrigado a tocar a vida dentro de casa. Seus compromissos pessoais e profissionais são todos remotos, como a terapia e o encontro com os amigos.
“Em casa, com nossos dois filhos, tocamos todas as fases de uma produção: texto, filmagem, edição. Tudo é desafiador, desde uma prova de roupa, com a figurinista olhando o meu armário por vídeo de celular e nós, montando o personagem com as peças do meu guarda-roupa. A maneira de escrever, de produzir, os roteiros, as soluções são o grande diferencial deste programa. Fomos solucionando as impossibilidades em todos esses setores, inclusive criativamente na dramaturgia, dando agilidade às cenas, mesmo sem o recurso de uma fuga para a rua ou para outros cenários”, defende o ator.
PRODUÇÃO
Ao longo das gravações, Joana buscou uma produção artesanal, mas não amadora. Além de Bruno, a série conta com as participações de Arlete Salles, Debora Bloch, Fernanda Torres, Lázaro Ramos, Lúcio Mauro Filho e Renata Sorrah.
Os atores convidados aparecerão em chamadas de vídeo, mas também farão eles mesmos a captação de suas cenas com um kit de gravação, preparado para uso individual.
“Quero que a luz e o enquadramento sejam bacanas. É um projeto feito na minha casa, mas poderia ter sido feito num estúdio. O programa vai ter um look de dramaturgia, e nosso intuito é que o espectador embarque no universo do Murilo. Nosso diferencial é a dramaturgia e o conceito de direção”, aponta Joana.