Ator
Chay Suede: com alma de aventureiro
Ator relembra a intensa preparação para viver o heroico Joaquim de "Novo Mundo"
Por TV Press
10 de junho de 2020, às 13h48
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cultura/chay-suede-com-alma-de-aventureiro-1228942/
Alguns personagens têm o poder de modificar significativamente a vida de seus intérpretes. É essa impressão que Chay Suede tem sobre Joaquim, o aventureiro que viveu em “Novo Mundo”, novela exibida originalmente em 2017 e que voltou à faixa das seis por conta da pandemia de Coronavírus.
Complexo, cheio de nuances e habilidades, o papel levou Chay a seu primeiro grande processo de composição, que enveredou por intensas aulas de história, hipismo, esgrima, costumes indígenas e treinamento militar.

“A trajetória do Joaquim permeia temas completamente diferentes. Ele inicia a história como integrante de uma companhia de teatro, depois precisa de desenvoltura em diversos conflitos com espada, passa anos vivendo em uma tribo com os índios, volta para a cidade e se torna um guarda real. Foi um projeto bem intenso e que mudou meu jeito de pensar um personagem”, conta o ator, que se assustou ao fazer a primeira leitura de texto da novela assinada por Thereza Falcão e Alessandro Marson.
A novela de capa e espada dirigida por Vinicius Coimbra também foi primordial para confirmar o nome de Chay no seleto grupo de galãs da emissora. Contratado pela Globo dois anos antes, até aquele momento ele só tinha feito pequenas participações especiais nos primeiros capítulos de “Império” e “A Lei do Amor”, e foi mocinho da controversa “Babilônia”, um dos maiores fiascos da faixa das nove.
“Tudo em ‘Novo Mundo’ funcionou muito bem. Saí dessa novela mais confiante em relação a minha carreira e cheio de novos amigos. Tem um grupo que se fala até hoje”, conta.
Duas dessas grandes amizades foram com Ingrid Guimarães e o diretor Bruno Safadi. Ela era a intérprete da exagerada Elvira, personagem-chave para atravancar o romance de Joaquim com Anna, a mocinha de Isabelle Drummond. Já Safadi era o responsável pela maioria das cenas da dupla.
“No meio das gravações, a sintonia foi tão grande que escrevemos o roteiro de um filme”, explica, referindo-se ao drama “O Sofá”, longa de baixo orçamento dirigido por Safadi e estrelado por Chay e Ingrid.
VOLTA
No momento, Chay aguarda o chamado da Globo para voltar aos estúdios de “Amor de Mãe”, que teve sua trama interrompida em meados de maio. Saudoso do texto sensível e realista de Manuela Dias e do bom clima nos bastidores, o ator está muito curioso sobre o destino do mimado Danilo.
Para superar os abusos de amor promovidos pela Thelma, a mãe superprotetora vivida por Adriana Esteves, terá de ser insensível em muitos momentos.
Segundo comunicado da Globo, as gravações do setor de teledramaturgia serão retomadas no final de julho. Até lá, Chay aproveita para curtir a pequena Maria, de apenas seis meses, fruto de seu casamento com a também atriz Laura Neiva.
A atuação entrou na vida deste capixaba de Vila Velha de forma inusitada. Aos 18 anos, quando saiu da casa dos pais em direção ao Rio de Janeiro, o objetivo de Chay era ganhar a vida com a música.
Sua primeira grande oportunidade foi ser um dos selecionados para a quinta temporada do “reality show” “Ídolos”, exibida pela Record em 2010, no qual ficou em quarto lugar.
“Antes do programa acabar, a emissora me perguntou se eu queria atuar em uma novela, pois eles iriam fazer uma versão nacional de ‘Rebelde’ e precisavam de atores com talentos musicais. Fiquei apreensivo, mas topei”, relembra. Com o fim da produção, Chay já estava sendo sondado pela Globo, mas preferiu esperar seu contrato terminar para trocar de emissora.
“Novo Mundo” – Globo – de segunda a sábado, às 18h20.
Tela grande
Além de ser disputado na tevê, o “passe” de Chay Suede também está valorizado no cinema. Recentemente, ele foi dirigido pela premiada Daniela Thomaz no drama político “O Banquete”, e ainda deu vida ao cantor e compositor Erasmo Carlos na cinebiografia “Minha Fama de Mau”, de Lui Farias.
“Ainda estou engatinhando no cinema, mas é um lugar que eu adoro estar. É um exercício interessante e uma forma de tocar em certos temas de forma mais aprofundada e intensa”, elogia.
Entre uma novela e outra, Chay ainda filmou os longas “O Sofá”, “4X4” e “Medida Provisória”, que esperam a reabertura do circuito comercial para serem lançados. Neste último, ele foi dirigido por Lázaro Ramos.
“Minhas escolhas tem muito a ver com o elenco envolvido. Quando o Lázaro me ligou fazendo o convite e dizendo que seria a estreia dele como diretor, meu coração veio na boca”, exagera, empolgado com o projeto.
Instantâneas
- O sobrenome artístico Suede é uma referência ao longa “Johnny Suede”, de Tom DiCillo.
- Chay tinha acabado de passar no vestibular para cursar Cinema quando recebeu a notícia de que tinha sido selecionado para participar do “Ídolos”. Sem pestanejar, abandonou a matrícula e foi cantar no “reality”.
- Nos dois anos em que participou de “Rebelde”, Chay gravou dois álbuns. Fora da novela, esporadicamente, lança singles e EPs nas plataformas digitais.
- Religioso, Chay foi criado e até hoje frequenta a Igreja Presbiteriana.