ESTREIA EM AMERICANA
Com ator de novelas da Globo, ‘A última sessão de Freud’ discute a existência de Deus
Sucesso de público desde a estreia, espetáculo chega ao Teatro Municipal Lulu Benencase neste final de semana
Por Stela Pires
27 de julho de 2023, às 08h46 • Última atualização em 27 de julho de 2023, às 09h49
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cultura/cultura-na-regiao/a-ultima-sessao-de-freud-discute-a-existencia-de-deus-1995280/
Os intelectuais Sigmund Freud e C. S. Lewis se encontram para discutir uma questão que permeia a humanidade: a existência ou não de Deus. Essa é a premissa da peça de maior sucesso do teatro brasileiro desde 2022, “A Última Sessão de Freud”, que chega a Americana com duas sessões no Teatro Lulu Benencase, no próximo sábado (29) e domingo (30).

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Sigmund Freud (interpretado por Odilon Wagner, ator de novelas da Rede Globo), crítico implacável da crença religiosa, e C.S. Lewis (Cláudio Fontana), renomado professor de Oxford, crítico literário, ex-ateu e influente defensor da fé baseada na razão, debatem, de forma apaixonada, o dilema entre ateísmo e crença em Deus.
O psiquiatra austríaco busca entender porque um brilhante intelectual como C. S. Lewis se tornou ex-ateu e como pôde, de acordo com suas próprias palavras, “abandonar a verdade por uma mentira insidiosa” e se tornar um cristão convicto.
Em meio ao debate verbal ferrenho, outros rumos são tomados, abordando o sentido da vida, natureza humana, sexo e as relações humanas, resultando em um espetáculo que se conecta profundamente com o espectador através de ferramentas como o humor, a sagacidade e o resgate da escuta como ponto de partida para uma boa conversa.
O sarcasmo e a ironia rondam toda a discussão. O texto com ideias contundentes de Mark St. Germain, baseado no livro Deus em Questão, escrito pelo professor clínico de psiquiatria da Harvard Medical School, causam reflexão, seja o espectador ateu ou crente. “Acho que a temática nunca vai deixar de ser atual e ela é acessível a qualquer um, isso é muito importante”, disse Odilon Wagner em entrevista ao LIBERAL.
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A história se passa em um momento delicado, enquanto Freud estava exilado na Inglaterra depois de ter fugido da perseguição nazista na Áustria, em plena segunda guerra mundial, no ano de 1939.
“Isso é um desafio muito grande para um ator. Quando você encarna um personagem tão poderoso como ele é sempre um risco, porque é um grande desafio não cair numa caricatura”, disse o intérprete do psiquiatra. No momento histórico retratado, Freud vivia seu último ano de vida, aos 83 anos, e a personificação do personagem buscou humanizá-lo.
Com participações em novelas da Rede Globo, como “Caminhos das Índias” (2009), “Salve Jorge” (2012) e “Segundo Sol” (2018), Odilon foi indicado ao Prêmio Shell e Prêmio APCA 2022 pelo papel na peça e conta que não esperava a recepção positiva por parte do público. De acordo com ele, Freud é ‘pop’ e tem fãs que vão ao teatro para prestigiar a peça.
“Parece show de rock no final, as pessoas levantam, aplaudem e gritam. É muito emocionante e tem sido assim desde o primeiro dia. A gente lota em todos os lugares que a gente vai”, disse.
Ele conta que a linguagem é para todo o tipo de público. “Na peça não existe papo filosófico. É a história de dois homens conversando sobre as suas convicções”.
A ideia é justamente causar a reflexão através de uma conversa amigável de pessoas que têm crenças opostas, sem ter um vencedor. Em algumas sessões, há inclusive um debate após a apresentação entre os atores e figuras que representem os dois lados do debate.
Em Americana, o debate será após a apresentação do sábado. A conversa será conduzida por Odilon Wagner e Claudio Fontana, com os convidados Rudolf Lacerda e Ailton Gonçalves Dias Filho.
Rudolf Lacerda é diretor do Instituto Lacerda de Desenvolvimento Humano, doutor em psicanálise pela Sociedade de Psicanálise de São Paulo e atua em clínica há mais de sete anos lidando com a psique humana por meio da psicanálise.
Ailton Gonçalves Dias Filho é pastor presbiteriano em Americana, bacharel em Teologia e mestre em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Acontece: A Última Sessão de Freud
- Dias: sábado (29) às 20h e domingo (30) às 19h
- Ingressos: R$ 60, R$ 30 (meia entrada), R$ 45 com a doação de 1 kg de alimento não perecível
- Bilheteria: entravip.com.br