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Alcateia

Bailarina americanense Eliana Favarelli lança nova videodança

'Alcateia' é uma superprodução inspirada em força e resistência

Por Isabella Holouka

08 de julho de 2023, às 10h58 • Última atualização em 08 de julho de 2023, às 12h31

Uma usina de açúcar desativada foi a locação da última produção da bailarina americanense Eliana Favarelli, de 60 anos, a videodança “Alcateia”. As ruínas, apesar de quebradas e abandonadas, resistem ao tempo e representam a força do que ainda existe, tem alicerces e pode ser visto. Única bailarina mulher, acompanhada por 16 rapazes, ela inicia a videodança flutuando como uma presa e termina dançando com os “lobos” em uma grande mandala humana.

Eliana Favarelli inicia a videodança flutuando como uma presa e termina dançando em uma grande mandala humana – Foto: Nanah d ‘Luize_Divulgação

Concepção, direção coreográfica e artística foram trabalhadas por Arilton Assunção, da Companhia de Dança Faces Ocultas, da cidade de Salto (SP). A trilha envolvente é uma adaptação de Bolero, do músico Joseph-Maurice Ravel, com o acréscimo de uivos de lobos. Crescente, a música se torna mais impactante a cada minuto, ao mesmo tempo em que comunica repetição e continuidade. O consagrado Bolero de Ravel estreou em 1928, na Ópera Garnier, de Paris (França), e era estrelado por um corpo de baile masculino.

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“A videodança normalmente é mais conceitual, diferente de um balé de palco, quando há um tema desenvolvido naquele espaço limitado. A proposta de dançar ao ar livre, como fizemos, é justamente para combinar diferentes conceitos de dança, momentos, movimentos, ângulos e detalhes, que permitem contar uma história e passar sensações. Às vezes, um pouco abstratas, e outras, mais explícitas”, explicou Eliana ao LIBERAL.

Um balão suspende a bailarina, que faz acrobacias aéreas sobre os rapazes. Depois, eles “brincam” em rapel nas paredes em ruínas. A apresentação continua no chão, com movimentos coordenados de dança contemporânea, sempre aproveitando a amplitude das saias. A videodança mistura imagens captadas no chão e por um drone, no último sábado (1), entre 5 horas e 13 horas – abrangendo desde a neblina da manhã até o sol a pino.

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“O balão representa a ligação entre a terra e um espaço de elevação, o contato com o que está acima, nuvens, sol, lua, todos esses elementos que interferem no movimento da terra. A Eliana, uma única bailarina mulher, acrescenta energia nessa grande mandala humana, que cresce a cada vez, trazendo a ideia de força, de resistência”, afirma Arilton sobre a concepção da videodança.

O produto final, que superou as expectativas da equipe, foi ao ar ao meio dia desta sexta-feira (7), no Youtube, Facebook e Instagram da bailarina. Segundo Eliana, a repercussão positiva iniciou ainda na divulgação do trabalho, com vídeos curtos nas redes sociais.

VIDEODANÇA
A linguagem artística contemporânea da videodança surgiu no início da década de 1970. No Brasil, o primeiro registro foi em 1973. Em entrevista ao LIBERAL, Eliana confidenciou que sua primeira experiência com a modalidade foi em 1994, tendo como cenários a Casa Herman Muller e a antiga Estação Ferroviária.

Mais recentemente, em 2018, ela produziu videodanças com Reginaldo Sama, no Engenho Central e continua investindo nas produções. Em 2020 foi a vez de “Reverso”, com coreografia de Filipe Bruschi, que dois anos depois venceu o prêmio de melhor videodança do Experimental Dance Festival de Toronto, no Canadá. Em 2021, juntamente com a filha Marina, flutuou do clássico ao contemporâneo na videodança “Ventre”. No mesmo ano, com Reginaldo Sama, foi a vez de “Samurai”, também classificado no Festival de Toronto.

Neste ano de 2023, a dançarina americanense também viu “Intrínseco” ser apresentado ao lado de grandes obras de dança no Mafra Dança Festival, em Portugal. Todas as videodanças podem ser vistas pelo Youtube de Eliana Favarelli.

FICHA TÉCNICA:

Concepção coreográfica: Arilton Assunção 

Direção coreográfica e artística: Arilton Assunção 

Assistente de direção: Edinei Annanias 

Vídeo: Danilo Trimer da Imaginarium filmes 

Fotos: Nanah d ‘Luize 

Aéreo: Diego Aerius 

Balão: João Canale – JD balonismo 

Companhia de Dança Faces Ocultas: Vinícius Ferreira, Jhony Pedro, Lucas Romualdo, Juan Santos, Henrique Duarte, Luan Augusto, Samuel Rodrigues, Nayton Palma, Matheus Andrelo, Thiago Rafael Ruela 

Companhias Twist Dança e Laboratório da Dança: Edgar de Oliveira, Daniel Margato, Robson Mano, Daniel Romano, Rafael Reis, Jenitton Anderson

Locação: Usina de Inovação, em Monte Alegre, Piracicaba.

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