Televisão
Força do tempo
No elenco de “Coisa Mais Linda”, Ícaro Silva valoriza debates sociais da produção ambientada na década de 1960
Por Caroline Borges / TV Press
23 de julho de 2020, às 11h55
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/cultura/forca-do-tempo-1262713/
O período de pré-produção de um trabalho é como uma folha de papel em branco para um ator. Ícaro Silva, inclusive, mergulha em diversas pesquisas e inspirações na hora de criar seus personagens. Ainda assim, na segunda temporada de “Coisa Mais Linda”, série original brasileira disponível na Netflix, o ator encontrou o prazer artístico ao se reconectar com um papel já conhecido e construído.
Na nova leva de episódios, ele não só resgata antigos detalhes de sua pesquisa inicial como também acrescenta novas nuances em sua personalidade. “É divertido ter um passado concreto e sólido para olhar. Algo que não é uma história da nossa cabeça. A gente carrega a bagagem da primeira temporada, mas também acrescenta detalhes das novas escolhas e caminhos desse personagem na nova temporada”, explica Ícaro, que interpreta o Capitão Ferreira.

Com um histórico ligado ao universo da música e do teatro musical, Ícaro celebra a chance de unir a atuação e a música na plataforma de “streaming” – Foto: Divulgação
Na história, o personagem é um baterista de carreira internacional que retorna ao Brasil para viver ao lado do amor de sua vida, Adélia, papel de Pathy Dejesus. Na nova leva de episódios, Capitão decide recomeçar a relação do zero ao lado da amada. “O Capitão vem mais aterrado e tentando ser um homem de família, mesmo descobrindo que não é o pai biológico da própria filha. É muito interessante fazer um papel mais tranquilo dentro de uma história tão efervescente e liderada por protagonistas femininas tão fortes. É um prazer participar desse projeto”, elogia.
Ambientada na década de 1960, a série tem como pano de fundo o cenário da bossa nova. Durante o projeto, Ícaro aprofundou seus conhecimentos e curiosidades sobre o famoso gênero musical encabeçado por Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
“Vejo com muito carinho minha carreira estar ligada ao universo da música. A bossa nova sempre teve essa característica elitista. Vivi boa parte da minha vida na periferia, por exemplo, e a bossa nova não chegou até mim tão naturalmente. Tem muito a ver com o tempo e as classes. Acho que a bossa a nova e o samba conversam muito socialmente. A bossa nova é o samba pedindo passagem para ser mais tranquilo”, afirma.