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8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
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Eleições 2020

Americana possui 319 candidatos de outros municípios

Dos postulantes que nasceram fora, 212 são paulistas, no entanto, as eleições locais terão representantes provenientes de 15 dos 26 estados brasileiros, segundo dados do TSE

Por Heitor Carvalho

10 de outubro de 2020, às 10h56 • Última atualização em 16 de outubro de 2020, às 10h07

As eleições municipais de 2020 em Americana irão contar com a participação de centenas de candidatos nascidos em outras cidades. De acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), do total de 515 postulantes, entre vereadores e prefeitos, 196 são oriundos do município, enquanto 319 de outras cidades.

Dani Miranda Índia tem 50 anos e veio do Norte – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Dos candidatos que nasceram fora, 212 também são paulistas. No entanto, as eleições locais terão representantes provenientes de 15 dos 26 estados brasileiros, desde Rio Grande do Sul até Rondônia, além do Distrito Federal.

Segundo o TSE, o maior contingente de candidatos de fora do estado de São Paulo veio do Paraná, com 36 pessoas que pleiteiam o cargo de vereador, ou 6,9% do total de candidatos. Os paranaenses são seguidos por 17 mineiros (3,3%), 13 baianos (2,5%), oito fluminenses (1,5%) e seis sul-mato-grossenses (1,1%).

O comerciante e candidato a vereador Leonardo do Prado Lima Pereira, ou “Leó Gaúcho”, 41 anos, nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e está em Americana desde 2006 por conta de uma proposta de trabalho. “Americana é a minha cidade, o amor da minha vida. Mesmo não nascendo aqui, eu abracei o município.”

Duas tribos indígenas também estão representadas nas eleições municipais. Daniele Duarte Ferreira Alves, cujo nome de campanha é “Dani Miranda Índia”, tem 50 anos e é parte da tribo Ianomâmi, localizada na região fronteiriça entre o Amazonas e Rondônia.

Ela nasceu como irmã gêmea de um menino, mas precisou fugir do seu povo nativo por conta de uma tradição que é praticada até os dias atuais. “Quando nascem gêmeos na minha tribo, um deles é sacrificado, principalmente o que for mais ‘mirradinho’. Então minha avó me escondeu.”

Uma antropóloga brasileira ficou sabendo da história de Daniele através da Funai (Fundação Nacional do Índio), a resgatou quando ela ainda era pequena e a registrou na cidade de Porto Velho, capital de Rondônia.

Depois de estudar por dois anos no Rio de Janeiro, ela veio morar com a família da antropóloga em Americana, que era originária da cidade. Apesar de amar o município, a candidata explicou que o processo de adaptação foi complexo.

“Eu sou uma cidadã americanense hoje e me sinto abraçada por esse povo maravilhoso. Mas no começo foi muito difícil a acolhida de uma pessoa como eu, que tem outra origem. Eu sofri muita discriminação, tive que quebrar barreiras”, conta.

Outro membro de um dos povos nativos que está a disputar uma vaga na Câmara Municipal é Saturnino Sampaio da Silva, 56 anos, conhecido como “Índio do Sobrado Velho”. Ele é parte da etnia Tapuai e é originário da comunidade quilombola de Filipa, no Maranhão.

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