ELEIÇÕES 2020
Sumaré não terá candidato a prefeito do PT pela primeira vez
Falta de interesse de lideranças no pleito influenciou decisão, diz presidente; partido apoiará reeleição de Luiz Dalben
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09 de julho de 2020, às 09h02 • Última atualização em 16 de outubro de 2020, às 10h46
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/eleicoes-2020/sumare-nao-tera-candidato-a-prefeito-do-pt-pela-primeira-vez-1253102/
Pela primeira vez desde a fundação do partido na cidade, em 1981, o PT não terá candidato a prefeito em Sumaré nas eleições deste ano. A decisão foi tomada no último sábado em reunião do diretório por videoconferência.
Desde 1982, o partido disputou todos os pleitos majoritários com candidatos a prefeito ou a vice. Entre os anos de 1997 e 2004, a legenda teve José Antônio Bacchim como vice do ex-prefeito Dirceu Dalben (PL), na época filiado ao PPS.
O protagonismo na política sumareense chegou com a eleição de Bacchim como prefeito em 2004 e sua reeleição em 2008. Entretanto, no pleito de 2012, o partido não conseguiu eleger o sucessor Francisco de Assis Pereira de Campos, o Professor Tito, que acabou derrotado por Cristina Carrara (PSDB).

Na eleição seguinte, em 2016, o desgaste do partido a nível nacional também se refletiu em Sumaré. Professor Tito ficou apenas na quarta posição na disputa para prefeito, com 14.099 votos, o que representa 11,97% dos votos válidos.
Na RPT (Região do Polo Têxtil), as eleições de 2016 evidenciaram o encolhimento do partido: foi a primeira vez em 20 anos que o PT não conseguiu eleger nenhum prefeito nas cinco cidades.
De acordo com o presidente do PT em Sumaré, Roberto Vensel, pesou na decisão a ausência de uma liderança que tivesse interesse em concorrer como prefeito.
Os dois últimos, Bacchim e Tito, não estavam disponíveis; o primeiro passou por problemas de saúde recentemente, enquanto o outro não reside mais na cidade.
“O PT não teve nenhuma outra liderança que manifestou intenção em disputar eleição neste ano. E aí isso nos colocou numa situação que a gente viu a aproximação das eleições, mas sem que a gente tivesse um nome que falasse ‘eu quero ser candidato’, como tivemos em outros momentos. Chegamos a ter prévia em outras oportunidades”, explicou Vensel.
Ainda segundo o presidente, a militância entendeu que esse não era o “momento adequado” e que não era possível disputar uma eleição sem aliados, assim como aconteceu em 2016. Apesar disso, o partido lançará chapa completa de vereadores.
A parceria com prefeito Luiz Dalben (Cidadania), candidato a reeleição, também influenciou na decisão. Atualmente, o PT conta com três mil filiados em Sumaré.
“Essa aliança não se dá agora, nesse momento. Quando a gente decidiu em 2018, que teve a tomada de decisão em compor o governo, ali nascia o embrião de uma possível aliança”, justificou Vensel.
Câmara
Entre os 21 vereadores da atual legislatura, dois são do PT: Ulisses Gomes e o presidente da Casa, Willian Souza, uma das principais lideranças atuais do partido. Ambos vão tentar a reeleição no Legislativo.
Willian disse ao LIBERAL que “diversos grupos” do partido queriam que ele fosse candidato a prefeito. Porém, optou pela reeleição como vereador para “fortalecer” a bancada da legenda.
“O nosso mandato, que tem diversos coletivos e segmentos, entendeu que não é o momento ainda da disputa da prefeitura. Nós vamos continuar na Câmara de Sumaré para seguir defendendo as minorias, o direito a moradia, as pessoas que mais precisam”, comentou Willian.
Nos bastidores, é comentada a possibilidade do político concorrer a deputado federal em 2022.
Podcast Além da Capa
Por quais razões a recomendação de manter o isolamento social permanece como a maneira mais difundida no combate ao novo coronavírus, mesmo com mais de 100 dias de quarentena e com a retomada da produção econômica em curso? É o que discute essa edição do podcast “Além da Capa”. Ouça: