12ª Festa do Bom Jesus
Histórias de dedicação e fé unem voluntários em prol da festa
Na edição deste ano, são cerca de 500 voluntários atuando para a festa acontecer
Por *Stela Pires
30 de junho de 2022, às 07h11 • Última atualização em 30 de junho de 2022, às 07h33
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/especiais/festa-do-bom-jesus-historias-de-dedicacao-e-fe-unem-voluntarios-em-prol-da-festa-1790029/
No dicionário, o voluntário é aquele que só depende da vontade de se doar, mas o lema da 12ª Festa do Padroeiro Bom Jesus representa bem de onde vem a motivação dos voluntários da paróquia. A missão nasce do amor.
A festa, que acontece durante nove dias, demanda meses de preparação e dedicação dos voluntários. A organização do evento começa em novembro do ano anterior, com a equipe da coordenação – um grupo de cinco pessoas – e a definição das atrações musicais da festa.
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A partir disso, os coordenadores de cada barraca presente na festa são convocados para começar a montar as equipes que estarão responsáveis por cada setor. Na edição deste ano são cerca de 400 a 500 voluntários montando e colaborando com a quermesse.
Os colaboradores dedicados à cozinha começam os trabalhos às 5h e atravessam o dia até todos os preparos estarem prontos para o início da quermesse. Todas as comidas típicas são feitas com muito cuidado e dedicação pelo voluntariado.
“O que é isso? É porque amam a comunidade, amam a igreja, fazem isso com muito amor e não são poucos, são muitas pessoas, muitas pessoas que se doam, que estão lá trabalhando, então por isso escolhemos a frase ‘a missão nasce do amor’”, diz o pároco Marcelo Fagundes.
Para o padre, o amor que os voluntários têm pela igreja, pela comunidade e pela vida que partilham dentro da paróquia são alguns dos motivos que movem a equipe. “É uma coisa atrelada a outra, não tem amor sem fé e não tem fé sem amor. Esse amor impulsiona eles a viverem, a se doarem”.
Joana Covolan já perdeu as contas de quantos anos está como voluntária na Paróquia Senhor Bom Jesus. Frequentadora da igreja desde criança, onde fez a Primeira Eucaristia, a aposentada, de 67 anos, é coordenadora da cozinha da festa há cinco anos, mas ajuda no tradicional evento desde seu início, em 2008.

Inicialmente, começou ajudando nos eventos e na igreja a pedido de outros voluntários, mas a principal motivação de Joana não ficou de lado. “É amor. É amor pelo que faz, pelo que gosta de fazer, de atender as pessoas, de ver a satisfação das pessoas em comer a comida que a gente faz, que gostam, que elogiam o trabalho da gente. É simplesmente amor”.
Para ela, a paixão pelo trabalho veio do pai, Paulo Primo Quaino, que foi voluntário por muito tempo em outra paróquia da cidade, assim como o gosto por cozinhar. Na coordenação da cozinha, a voluntária faz o controle da compra dos alimentos necessários para a produção do pastel, da batata frita, batata em molho e da polenta.
O voluntariado se tornou quase uma tradição na família. O falecido marido de Joana trabalhava na festa, assim como hoje trabalham o sobrinho e o irmão dela, Lázaro Quaino.
Lázaro já não sabe há quanto tempo frequenta a igreja, mas lembra com afeto de que foi lá que casou há 50 anos e, antes disso, já ia à paróquia. Aos 75 anos, o aposentado auxilia em todas as festas e quermesses do Bom Jesus e está pronto para todos os serviços. “O que aparecer a gente ajuda”, se diverte.
Apesar de também auxiliar na cozinha e no frango a passarinho quando necessário, Quaino é responsável pelos espetinhos e este ano estará coordenando três pontos de venda. Lázaro tem gosto pelo voluntariado, e o que o motiva é poder ajudar a igreja e a comunidade.
*Estagiária sob coordenação de Valéria Barreira