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NOSSOS PETS

Abandono animal cresce durante as férias e final de ano

Em uma semana foram feitos a mesma quantidade de resgates realizados em um mês

Por Stela Pires

16 de janeiro de 2023, às 07h11 • Última atualização em 16 de janeiro de 2023, às 07h12

Os casos de abandono de animais domésticos – cães e gatos – cresce durante o período de férias entre dezembro e janeiro, de acordo com ONGs (organizações não governamentais) de proteção animal localizadas em Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste. Apesar de não existirem dados oficiais sobre o aumento, o movimento é observado pelas ONGs.

A quantidade de resgates registrados pela Equipe Cadeia Para Maus Tratos, que atende 92 cidades, entre o Natal e Ano Novo corresponde ao número de resgates que realizam durante um mês. De acordo com a protetora e voluntária Roberta Dias Lima, em cinco dias foram resgatados seis animais.

“Resgate em situação de maus tratos e abandono. Outra coisa que acontece muito: a pessoa vai viajar e deixa o animal em casa sozinho”, disse. Segundo Roberta, as situações de maus tratos enfrentadas durante a época, em sua maioria, são justamente o abandono do animal sem supervisão na residência.

Casos de abandono nas ruas também foram registrados. Roberta relatou que nesta mesma semana entre os feriados, um cachorro da raça poodle foi abandonado em uma noite de chuva. De acordo com ela, o animal não tinha o movimento das patas traseiras. “Não tem como afirmar que [esse caso] foi por causa das festas, mas claramente nessa época o aumento do abandono é explícito”, disse.

O abandono e maus tratos animais é crime. De acordo com a Lei Federal 14064/20, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda. No Brasil existem cerca de 30 milhões de animais abandonados, de acordo com dados divulgados pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Destes, 172 mil estão sob tutela de ONGs e grupos de proteção animal, segundo o IPB (Instituto Pet Brasil).

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NOVA ODESSA. O aumento de animais abandonados durante as férias de fim de ano também é observado pela AAANO (Associação Amigos dos Animais de Nova Odessa). “Eles [animais] estão acostumados com o lar, com os cuidados, com os horários, com comida e proteção. Acabam ficando muito abalados e muito assustados”, disse o presidente da associação, Thiago Rodrigues.

De acordo com ele, esses animais estão sujeitos a perigos, como o atropelamento. “São pets que não tem costume de sair nas ruas e são jogados. A gente vê muitos perdidos, bobões, entre os carros, que com certeza foram abandono”.

Thiago ressalta que existem opções para os tutores que decidem viajar durante as férias, como pedir para que parentes ou até vizinhos frequentem a residência durante o período para realizar os cuidados básicos do animal, pagar um pet sitter (cuidador), ou até mesmo diárias em hotéis para pets, opção que está se popularizando na região. Na ONG Anjos Peludos, os registros de abandono não foi alarmante, mas o número de fugas durante a queima de fogos, sim. “Foi enorme [a quantidade]”, disse a presidente da organização Cristiane Marques.

Como funciona o processo de adoção responsável

O processo de adoção responsável feito por ONGs é um meio de evitar situações de abandono e até mesmo punir o responsável. De acordo com a protetora Roberta Dias Lima, existem critérios durante o processo.

Inicialmente é feita uma entrevista com o adotante, passando todas as possíveis situações que podem acontecer com o animal e quais sãos as responsabilidades do adotante. Também é feito um termo de adoção com todos os dados do futuro tutor e informações do animal adotado, com cláusulas que asseguram o bem estar do pet.

Os cães e gatos costumam ser doados castrados, ou no caso dos filhotes, com o compromisso do adotante futuramente castrar o animal. Em alguns casos, a castração já está pré-agendada para quando o pet tiver a idade certa para o procedimento.

As adoções por meio de abrigos e ONGs também costumam ser feitas apenas no caso de o animal ser microchipado, que é um critério obrigatório por lei em Americana. Segundo Roberta, o microchip é importante porque interliga o animal ao tutor que possa tê-lo abandonado, assim punindo-o.

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