Bem-Estar
4 de fevereiro, Dia Mundial do Câncer
Os de colo do útero, ovário e endométrio respondem por 13% dos casos nas brasileiras
Por Angélica Weise_Sensu Comunicação
01 de fevereiro de 2023, às 09h31 • Última atualização em 01 de fevereiro de 2023, às 09h32
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/mais/bem-estar/4-de-fevereiro-dia-mundial-do-cancer-1901987/
Estima-se que 1 em 5 homens e 1 em 6 mulheres terão câncer em algum momento da vida. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), estão previstos 704 mil novos casos de câncer por ano no Brasil até 2025. Desses, mais de 32 mil novos casos anuais são ginecológicos. Por isso, durante o Dia Mundial do Câncer – 4 de fevereiro – conscientizar a população sobre prevenção é a principal missão do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA)
O câncer ginecológico é um dos mais incidentes nas mulheres, sendo que os três órgãos do sistema reprodutor feminino mais acometidos por tumores malignos são os de colo do útero, ovário e corpo do útero (endométrio), que somam 32,1 mil novos casos anuais, segundo estimativas do INCA.
Apesar da alta incidência, a doença pode ser evitada. Para isso, é muito importante o acesso e a adesão das mulheres ao exame de Papanicolau e à vacinação contra o papilomavírus humano (HPV). Tanto o exame quanto a imunização estão disponíveis na rede pública.
A vice-presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, enfatiza a importância do Dia Mundial do Câncer: “Buscamos divulgar conhecimento e incentivar ações de prevenção para o câncer do colo de útero, como a vacinação contra o HPV. Quando se fala de câncer da mulher, fala-se muito no de mama e pouco do ginecológico. O câncer de colo uterino é uma doença extremamente prevenível e a terceira causa de morte pela doença no Brasil”, alerta.
O papilomavírus humano (HPV) é um vírus que pode causar câncer do colo de útero e verrugas genitais. Geram lesões benignas, pré-invasivas ou invasivas, como o câncer de colo do útero e outros tipos de câncer de órgãos genitais.
A vacinação contra o HPV é um dos grandes aliados para o controle dessa doença. No Brasil, o Programa Nacional de Imunização (PNI) disponibiliza gratuitamente a vacinação desde 2014, sendo indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 9 a 14 anos, pessoas que vivem com HIV e pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos.
A Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) também recomendam a vacinação de mulheres de 9 a 45 anos e homens de 9 a 26 anos, o mais precoce possível. Em razão da baixa adesão às campanhas de vacinação contra HPV e gargalos no acesso ao exame Papanicolau, o Brasil apresenta alta incidência e mortalidade por câncer de colo do útero: 6,5 mil morrem pela doença todos os anos.
Outros tumores ginecológicos
Os tumores ginecológicos se diferenciam quanto aos fatores de risco, conforme local de origem. Se por um lado o câncer de colo do útero tem o HPV como fator causal, o câncer do corpo do útero (ou endométrio) vem apresentando crescimento de incidência nos últimos anos provavelmente por conta da obesidade. O câncer de corpo do útero (endométrio) é responsável 7840 novos casos e pela morte de mais de 1800 mulheres/ano no país e não há um método eficaz para rastreamento.
O câncer de endométrio tem como principal fator de risco a obesidade, mas os principais sintomas são sangramento uterino anormal e desconforto pélvico, que podem alertar à mulher para necessidade de procurar por atendimento médico e assim, há mais chances de diagnóstico e tratamento precoces.
O câncer de ovário é o terceiro tumor ginecológico mais comum e é o que apresenta a menor taxa de sobrevivência entre os cânceres femininos. “É chamado de tumor silencioso, por não apresentar sintomas específicos e pela ausência de métodos eficazes de rastreamento”, explica o presidente do EVA, Glauco Baiocchi Neto. Ainda segundo o especialista, alterações genéticas podem estar presentes em 25% das pacientes com câncer de ovário e a história familiar de câncer de mama e ovário devem sempre ser sinais de alerta.
Os cânceres de vulva e vagina são tumores mais raros e que também possuem associação com infecção por HPV como fator causal. A vacina contra o HPV e o exame ginecológico de rotina são os pilares para prevenção e diagnóstico desses tumores em fases iniciais.
Sintomas de tumores ginecológicos
A maioria se desenvolve com os seguintes sintomas:
Sangramento vaginal fora do ciclo menstrual;
Sangramento vaginal na menopausa;
Sangramento vaginal após a relação sexual;
Corrimento vaginal incomum;
Dor pélvica;
Dor abdominal;
Dor nas costas;
Dor durante a relação sexual;
Abdômen inchado;
Necessidade frequente de urinar.
Diagnóstico de câncer ginecológico
Em caso de suspeita de câncer ginecológico, é necessário realizar uma série de exames minuciosos para definir o histórico correto da paciente e chegar ao diagnóstico preciso, tais como:
Ultrassom;
Radiografia;
Tomografia computadorizada;
Ressonância magnética;
Tomografia por emissão de pósitrons;
Após esses exames é fundamental que seja feita uma biópsia para confirmar o diagnóstico.
Além disso, é essencial avaliar a natureza do tumor. O sistema de estadiamento varia, mas geralmente essas neoplasias são classificadas em quatro níveis diferentes, desde o inicial (Estágio I) até o mais avançado (Estágio VI).