EMOÇÕES
Amizades preparam crianças para conviver em sociedade
Especialistas comentam a importância dos amigos na infância e dão dicas para família estimular amizades
Por Isabella Holouka
29 de maio de 2023, às 08h17
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/mais/bem-estar/amizades-preparam-criancas-para-conviver-em-sociedade-1962238/
A família é a primeira conexão entre as crianças e o mundo social, normalmente seguida pela escola, onde as possibilidades de interação e de visão de mundo são expandidas através de novos laços afetivos e aprendizados. Para especialistas ouvidas pelo LIBERAL, embora aconteçam com naturalidade devido à curiosidade dos pequenos, as amizades são essenciais para o desenvolvimento infantil e a boa convivência em sociedade no futuro.
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“Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), relações de amizade na infância são indispensáveis para o desenvolvimento e qualidade de vida no futuro. A recomendação é universal, e está diretamente ligada à sobrevivência. Estar em grupo é o que nos permite sobreviver quando nascemos e, posteriormente, entrar em contato com nossas maiores fontes de felicidade”, introduz a psicóloga de Americana Aracele Tomiato, que é mestre em avaliação psicológica.
De acordo com a profissional, nos últimos anos, com a pandemia da Covid-19, os adultos vivenciaram solidão e insegurança ao reaprender a construir e manter vínculos à distância, mas as crianças tiveram consequências ainda mais graves devido ao isolamento, prejudicando o desenvolvimento.
“Um amigo representa uma fonte de carinho, cuidado e segurança. E isso vale para múltiplas realidades na infância. Quando há um vínculo afetivo estabelecido com outra criança, o processo de desenvolvimento é facilitado”, afirma. “Muitas crianças e adolescentes buscaram nos jogos on-line um momento para dialogar. Em um primeiro momento pode parecer negativo, mas as interações virtuais cumprem um papel importante, obviamente sem substituir as interações presenciais”, complementa.
A convivência com crianças da mesma idade é essencial para a saúde emocional e para o desenvolvimento de habilidades sociais, explica Gisele Moura Albino da Silva, psicopedagoga do Colégio Pilares, de Santa Bárbara.
“Ela terá oportunidade de crescer confiante, solidária, empática, de elevar sua autoestima, aprender com as diferenças e crescer fortalecida nas emoções diante dos desafios que irá enfrentar ainda na infância e posteriormente na fase adulta”, aponta.
Gisele acrescenta que, com a interação social, a criança aprende a ouvir e ser ouvida, expressar amor e afeto de diferentes maneiras e ainda aprende a conquistar autoconhecimento e autorresponsabilidade, à medida em que são expostas a novos relacionamentos.
“A criança está em constante evolução no aprendizado e até mesmo os conflitos nas brincadeiras, por exemplo, fazem parte dessa evolução. Nesses momentos, elas aprendem a dialogar, ouvir, saber esperar, ser, ter e respeitar. Todos esses princípios vivenciados e aprendidos serão base para a construção das boas relações no futuro”.
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Segundo Gisele, a família precisa estar atenta às atitudes dos filhos em relação às outras pessoas, especialmente quando as facilidades e dificuldades se tornam perceptíveis. Ela indica que frequentem juntos ambientes em que a criança tenha oportunidades para interagir, conversar, brincar e demonstrar valores.
“Quanto mais cedo for observado que a criança apresenta dificuldade em se relacionar com outras, mais cedo poderão desenvolver com ela essa habilidade social, por meio de ajuda familiar ou, se for o caso, de um profissional”, diz.