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Bem-Estar

Artesanato é ‘terapia’

Complemento de renda, atividade prazerosa ajuda a lidar com ansiedade e depressão

Por Marina Zanaki

15 de janeiro de 2023, às 09h28

Para Daniele Andrade, o crochê foi essencial durante o período de 10 dias que esteve internada para tratar de uma pneumonia, no final de 2019 - Foto: Marcelo Rocha / Liberal

Feito com as mãos, o artesanato ocupa a mente. Muitos artesãos mergulham nesse mundo em busca de uma nova fonte de renda ou para complementar o orçamento, mas ele acaba sendo também uma forma de lidar contra a ansiedade, depressão,ou ainda para encontrar uma atividade prazerosa.

Esse foi o caso de Maria Isabel Pegoraro Mezalira, 62 anos. Artesã de Americana e membro do grupo Ameriart, ela intensificou sua produção de artesanato desde 2018. De lá para cá, começou a participar de feiras, da Casa do Artesão de Americana e a frequentar eventos do setor. Ela trabalha peças em crochê e tricô, como cachepôs organizadores, bolsas, tapetes, gorros e croppeds.

“É uma terapia muito boa, foi por isso que eu comecei. Precisava fazer algo, e quando peguei firme no crochê, me ajudou muito”, disse a artesã. Seus trabalhos são divulgados na página @artesadocrochet, no Instagram.

Para Daniele Andrade, 37 anos, o crochê foi essencial durante o período de 10 dias que esteve internada para tratar de uma pneumonia, no final de 2019. Ela pediu para as enfermeiras mudarem o local do acesso venoso para ter liberdade de mexer com as linhas e agulhas.

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“Todas as peças que fiz no hospital dei para as meninas que trabalhavam ali. Foi a maneira que achei de não ficar parada, pensando em coisas ruins. Não podia ver minhas filhas, só tinha a televisão. Os dias passaram voando quando fazia crochê, acabava esquecendo dos problemas. Nos salva de nós mesmos”, defende a artesã.

Moradora de Santa Bárbara, ela ampliou seu porftólio, e atualmente produz amigurumis, costura criativa e cadernos artesanais. Ela divulga seus trabalhos nas páginas @booksddany e @dani.pontosefios, no Instagram.

Coordenador de artesanato na Secretaria de Cultura e Turismo de Santa Bárbara d’Oeste, Luiz Augusto Lima contou que metade dos artesãos cadastrados na cidade tem na ocupação a principal fonte de renda, mas que um dos principais ganhos é o emocional.
“O trabalho manual que produzem é tanto econômico quanto terapêutico. Muitos relatam que tinham depressão, começaram a fazer artesanato e encontraram um hobbie que virou uma profissão”, revela o coordenador.

“Para mim, o artesanato não é a principal fonte de renda, mas um complemento. Mas para muitas pessoas que conheço é sim a principal fonte, além de ser uma válvula de escape, um hobby, uma coisa gostosa de fazer”, contou Daniele.

“Quando você vende para uma pessoa e ela fica contente, vê que está bem feito, é muito bom. O importante é as pessoas valorizarem, comprar de quem faz. Temos artesãos muito bons e trabalhos muito bem feitos”, afirmou Maria.

Técnicas
Para quem está em busca de novas atividades para 2023, Daniele sugere procurar algum artesanato que agrade. O que não faltam são opções – crochê, bordado, pintura, costura criativa, patchwork, montagem de fitas, pedrarias e acessórios, EVA, madeira, tinta a óleo, reciclados, fuxico, feltro, biscuit, miçanga, macramê e resina são apenas algumas das técnicas que podem ser aprendidas.

“Todo mundo deveria praticar alguma coisa. A vida da gente é tão corrida, tão estressante, o mundo está tão doido, que tinha que ter pelo menos o artesanato para salvar um pouco no dia a dia. Pegar qualquer coisa que a pessoa goste de fazer e dedicar um dia da semana, nossa mente precisa disso”, defende a artesã.

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