JOVENS
Como ajudar os filhos vestibulandos na manutenção da saúde mental
Especialista explica hipóteses porque burnout está mais comum entre jovens
Por Isabella Holouka
05 de junho de 2023, às 07h39 • Última atualização em 05 de junho de 2023, às 07h40
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/mais/bem-estar/como-ajudar-os-filhos-vestibulandos-na-manutencao-da-saude-mental-1965494/
A OMS (Organização Mundial da Saúde) definiu o Burnout como uma síndrome resultante do estresse emocional no trabalho. São três componentes principais: exaustão emocional, fadiga e esgotamento; despersonalização, com sentimentos de cinismo e distanciamento, e baixa realização, com sentimentos de ineficácia.
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De acordo com o médico e autor do livro ‘O que ninguém te contou sobre Burnout’, Marcos Mendanha, existem várias hipóteses sobre o “porquê” dos jovens de hoje estarem sofrendo mais, com frustrações e ansiedade. “Uma é o momento tecnológico em que cresceram, onde a velocidade de informação e eficácia é vista como normal e esperada em todas as áreas da vida. Quando o sucesso não acontece na velocidade esperada, a frustração funciona como um estressor que ocasiona fadiga e, em casos mais graves, adoecimentos”, diz.
“Outra hipótese, é o momento histórico em que vivemos, com uma ampla gama de oportunidades profissionais e um aumento nas ambições pessoais e existenciais. No entanto, a vida nem sempre segue nossos planos e propósitos, o que pode levar a frustrações e fadiga”.
O desafio de manter a saúde mental em rotinas de estudos não é novo, mas a quantidade de adolescentes e jovens com dificuldades para lidar com a pressão sobre resultados positivos nos vestibulares e outros pequenos fracassos da vida é crescente, segundo Edson Didoné, coordenador pedagógico do Ensino Médio e do curso Pré-Vestibular do Ilimit Educacional, de Americana.
Ele conta que os estudantes têm procurado a coordenação pedagógica para pedir ajuda e ressalta a importância do acolhimento. “A questão não é o quanto estudar, mas como estudar, para quê, o que isso de fato significa para o aluno. Não apenas estudar de maneira dolorosa, sem descanso e ponto final. Faz-se necessária a construção de um ambiente acolhedor para a aplicação de um método. E quando soluções práticas e diretas não se mostram sólidas, é necessário buscar orientação de profissionais especialistas”, diz.
Fernando Henrique dos Santos, que também é orientador e professor no Colégio Ilimit, além de dedicar agenda a atendimentos individuais aos estudantes, aponta a importância de que família e escola sejam parceiras no auxílio ao aluno com questões emocionais e mentais. Ele observa que a pressão familiar costuma ser um fator catalisador dos sofrimentos.
“Criar mecanismos para que os alunos possam se sentir exitosos não unicamente ao tirar 10 em uma prova, mas por terem desenvolvido bem uma capacidade crítica e de fala ou de escuta, por exemplo. Eles precisam ser valorizados pelos familiares e comunidade escolar com reforços positivos em relação aos seus comportamentos, ações e valores, o que certamente pode ajudar bastante na autoconfiança”, orienta Fernando.
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SINAIS DE ALERTA. Pessoas de todas as idades, inclusive as mais jovens, estão suscetíveis a síndromes como o Burnout. Por isso, é fundamental encontrar um equilíbrio saudável entre trabalho, estudos e lazer.
“Os pais devem ficar atentos a qualquer mudança significativa no comportamento do jovem, como um isolamento maior, diminuição do desempenho escolar ou profissional, perda de interesse em atividades antes tidas como prazerosas, assim como alterações de humor frequentes e intensas, entre outros sinais. Essas mudanças podem ser indicativas de problemas emocionais, incluindo o Burnout”, alerta Mendanha.