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Bem-Estar

Como envelhecer com qualidade

Profissionais de diferentes áreas citam cuidados que ajudam na conquista de uma velhice mais saudável e feliz

Por Isabella Holouka

04 de janeiro de 2023, às 15h54

Para o envelhecimento saudável, médico indica atividades que não envolvam apenas o engajamento físico - Foto: Image by Drazen Zigic on Freepik

Iniciado logo após o nascimento, o processo de envelhecimento acompanha uma curva biológica que, aproximadamente entre 45 e 50 anos, atinge estabilidade e, depois, declínio. Por isso, no Brasil, 60 anos é a idade que formalmente marca o início dos cuidados geriátricos. O envelhecimento não é uma doença a ser combatida, mas uma fase, cuja qualidade dependerá das escolhas tomadas ao longo da vida.

A opinião é do geriatra Dr. Milton Santiago Junior, que atende em Americana, pela Unimed. “Os cuidados que a gente deve ter para prevenção, longevidade e qualidade de vida têm muito a ver com os nossos hábitos. Vemos promessas em suplementos e serviços, mas nada disso já se mostrou de fato eficiente para aumentar a qualidade e o tempo de vida. Por outro lado, quando se leva uma vida saudável, pode-se diminuir a velocidade do processo de envelhecimento, e isso pode fazer com que você viva mais e melhor. Não é uma garantia, porque temos fatores genéticos envolvidos”, explica.

O médico diz que o primeiro hábito a ser considerado para a conquista do envelhecimento saudável é uma alimentação balanceada, com uma pequena restrição de carboidratos e gorduras. 

Outras recomendações importantes são praticar atividade física regularmente, manter um bom peso corporal (fugindo da magreza e a obesidade) e evitar aquilo que sabidamente acelera o envelhecimento, como tabagismo, abuso de álcool e exposição a poluentes e toxinas ambientais. Cuidar da qualidade do sono, diminuir o estresse e ter uma vida social satisfatória também são medidas importantes para a qualidade de vida e o bem-estar em qualquer idade. O especialista recomenda ainda o controle de fatores de risco como hipertensão, diabetes, obesidade e colesterol, principalmente a partir dos 35 ou 40 anos, quando as doenças começam a ficar mais prevalentes. A partir desta faixa etária, também são indicadas consultas clínicas anuais de acompanhamento, considerando o histórico de saúde do paciente.

MOVIMENTO. “O começo pode ser difícil, mas depois que você se acostuma e sente o bem-estar que a atividade causa, fica viciado naquilo”, admite Eliana Favarelli Chiti, bailarina premiada internacionalmente, professora e diretora da escola Twist Dança, que se dedica à dança, artes circenses, corrida e musculação paralelamente.

Para o envelhecimento saudável, ela indica atividades que não envolvam apenas o engajamento físico – como ocorre na musculação, em que os exercícios são mais metódicos – mas também sensações de relaxamento e prazer.

“A dança alia corpo e mente. A música e a movimentação emocionam, e você consegue transcender o estado de espírito que está. Também é desafiador, e você percebe que consegue fazer. Hoje em dia, falamos da dança sem limites de idade. Vemos pessoas de 3 aninhos e de 60, como eu. Todos conseguimos sentir o prazer da dança”, defende a bailarina.

A fisioterapeuta Kelly Cristina dos Santos Berni, docente da FAM (Faculdade de Americana) nas áreas de ortopedia e geriatria, conta que as dores nos joelhos, ombros, quadris e coluna são campeãs de reclamações entre os idosos, bem como a incontinência urinária nas mulheres, problemas que podem ser evitados com a atividade física.

“Músculos entram no processo de envelhecimento a partir dos 25 ou 30 anos. O idoso tem menos atividades e a musculatura começa a se perder ainda mais. A perda de força está muito ligada à diminuição do equilíbrio e ao sofrimento das articulações. A musculatura, quanto mais forte estiver, menos chance de dor articular”, explica.

Kelly sugere 20 a 30 minutos de caminhada para melhora da circulação e condicionamento respiratório, mais alongamentos para a saúde da articulação e dos músculos. Outras atividades, como a musculação, devem ser realizadas com acompanhamento de especialistas. 

Parques, clubes, academias ao ar livre e praças são bons locais para se movimentar e grupos terapêuticos, como o que é promovido na FAM às segundas-feiras com foco no envelhecimento saudável, também possibilitam consultoria especializada e interação social.

SAÚDE AUDITIVA. Uma das maiores dificuldades, não só da pessoa idosa mas também de quem convive com ela, é lidar com a surdez. Dificuldade para compreender as palavras durante conversas ou necessidade de aumentar excessivamente o volume da televisão podem ser sinais importantes da necessidade de um aparelho auditivo. Neste caso, a privação auditiva pode gerar isolamento, depressão e até prejuízos neurológicos.

“O aparelho é muito mais do que condicionar para uma boa comunicação. A atenção fica mais afinada, muda a percepção, a pessoa fica mais antenada e alerta para ouvir os barulhos do trânsito, a campainha ou o telefone, assistir televisão e conversar”, destaca a fonoaudióloga especializada em próteses auditivas Francine Ferreira Pessoa, responsável pela Audfran – Centro Auditivo Americana.

A especialista alerta para a necessidade de exames auditivos periódicos. As pessoas mais jovens, para preservarem sua audição, podem usar fones de ouvido com menos frequência, não cutucar a orelha, cuidar da higiene e evitar tapas ou beijos na orelha, mergulhos violentos e altitude. 

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