Relações
Como estabelecer limites e reduzir conflitos em família
Violação do espaço pessoal pode ser fonte de desentendimentos entre mães e filhos
Por Isabella Holouka
14 de maio de 2023, às 08h04 • Última atualização em 14 de maio de 2023, às 08h05
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/mais/bem-estar/como-estabelecer-limites-e-reduzir-conflitos-em-familia-1954888/
Todo mundo já teve contato com o senso comum de que toda mãe é igual, de que mãe boa é mãe chata e de que avós e sogras são intrometidas. Para especialista em CNV (Comunicação Não-Violenta), as opiniões podem demonstrar a necessidade de estabelecer limites nas relações. Afinal, mesmo quando a intenção é de proteção e zelo, violar o espaço pessoal dos filhos tende a gerar mais conflitos do que soluções.
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“Na maioria dos casos, a intenção das mães invasivas, julgadoras e intrometidas é boa, vem de um lugar de proteção e zelo, ou excesso dele. Mas intenção é diferente de impacto. Quando acontece a violação do espaço pessoal da filha ou filho, isso pode gerar mal-estar e desgaste na relação. E claro que uma relação tão íntima desgastada gera também sofrimento”, explica Diana Bonar.
Ela diz que a violação do espaço pessoal acontece, por exemplo, quando as mães dão palpites em excesso sobre a educação dos netos ou sobre o relacionamento amoroso dos filhos ou filhas, quando visitam suas casas sem avisar, principalmente quando são casados, e quando menosprezam a capacidade deles de formar a própria opinião e gerirem as suas vidas.
“Todo bom relacionamento precisa de conversas que importam. O óbvio para um, não será óbvio para o outro. Nem sempre sabemos quando estamos incomodando. Ao invés de se afastar, busque um diálogo franco e amoroso”, destaca Bonar.
Para ajudar as famílias que passam por desentendimentos por conta da falta de limites, a especialista listou recomendações para melhorar as relações. Confira:
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Para mães e pais:
1 – Confie na educação que você deu a seu filho ou filha e permita que ele aprenda com a própria experiência. Caso dê errado, o seu colo será bem-vindo.
2 – Se você está preocupada com uma situação ou relação, ao invés de dar pequenos palpites de forma frequente ou implicar, chame para uma conversa franca visando compreender melhor a situação e colocar o seu ponto de vista. Busque ouvir primeiro, e tenha em mente que cada pessoa é feliz de um jeito.
3 – Busque manter uma relação de amizade e descontração também. Faça passeios que não sejam regados de recomendações e palpites. Isso pode fortalecer o vínculo e confiança entre vocês e cria maior abertura para que os filhos se sintam confortáveis para pedir sua opinião.
4 – Quando você se sentir triste ou sozinha, comunique os seus sentimentos sem a intenção de gerar culpa através da chantagem emocional. É melhor ter os filhos por perto porque apreciam a sua presença e não por culpa.
Para filhos e filhas:
1 – Limites saudáveis são importantes, não significam desafeto. A CNV ensina como ser assertivo (dizer aquilo que não está bom) e empático (com zelo por quem recebe minha mensagem).
2 – Você só conseguirá comunicar os limites importantes para você quando souber quais são. Pense em situações que geram incômodo, julgamentos ruins, insatisfações – eles servem como pista.
3 – Os limites são fluidos como uma dança, não são rígidos. Da mesma forma que sua mãe invade o seu espaço, pode ser que às vezes você invada o dela. Quando isso acontecer, é possível pedir amorosamente que o outro dê um passinho para trás.
4 – Ao invés de usar críticas, ofensas ou grosserias, identifique o que gera incômodo e chame a sua mãe para uma conversa franca, cuja intenção é melhorar o relacionamento. Lembre-se de praticar a escuta e a empatia.
5 – Busque ter momentos leves juntos. Sua mãe está envelhecendo e não estará aqui para sempre. Tenha isso em mente e invista em tempo de qualidade e harmonia entre vocês.