Bem-Estar
Dicas para melhorar a memória e ter um cérebro mais jovem
De acordo com Renato Alves, fundador da Memory Academy, existem técnicas para o treinamento do cérebro que podem ajudar a aguçar a memória e blindar o esquecimento
Por Carolina Lara - Lara Comunicação
20 de março de 2023, às 15h54 • Última atualização em 20 de março de 2023, às 15h55
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Uma boa memória é essencial no cotidiano de qualquer pessoa. Ela nos faz relembrar de momentos marcantes, mantém um alerta para comemorações e compromissos e permite que as rotinas profissionais e familiares se mantenham em ordem.
No entanto, é cada vez mais comum ver pessoas reclamando de não se lembrarem de coisas básicas, buscando informações sobre como melhorar a memória.
De acordo com Renato Alves, fundador da Memory Academy, escritor, pesquisador, palestrante internacional e o primeiro a receber o título de Melhor Memória do Brasil, existem alguns exercícios que podem ser de grande ajuda para o fortalecimento da memória. “O primeiro desses exercícios é imaginar o que precisa ser lembrado. Ao invés de simplesmente subir as escadas e ir atrás de um casaco, por exemplo, é preciso imaginar o que se está indo fazer durante todo o percurso. Imagine tudo com detalhes. Abrindo a porta, andando até o guarda-roupas, pegando o casaco e vestindo-o. Com essa visualização, serão criadas conexões cerebrais entre o que se quer lembrar e o que se está imaginando e, dessa forma, o contexto vai trazer essa memória com mais facilidade”, relata.
Outra maneira de manter uma boa memória é treinando o cérebro e praticando jogos mentais. “Manter o cérebro ativo é a principal maneira para cultivar uma boa saúde mental e deixar a memória mais aguçada. Fazer palavras cruzadas, conversar sobre assuntos que você não domina ou aprender um novo idioma são atividades que podem tirar alguém do piloto automático e fazer com que essa pessoa aprenda novas habilidades. Não existe um teste geral para avaliar a capacidade de memória, mas existem vários jogos mentais que podem ser feitos para manter a memória afiada. É possível, por exemplo, ver uma lista de palavras aleatórias e tentar decorá-las no período máximo de um minuto. A intenção aqui é testar a memória e, consequentemente, treiná-la”, revela o escritor.
De acordo com a teoria da Curva do Esquecimento de Hermann Ebbinghaus, a memória humana esquece 42% do que foi aprendido nos primeiros 20 minutos. Depois de uma hora, esse percentual chega a 56% e, após 30 dias, mais de 80% do que se aprendeu já desapareceu da memória. Por isso, o pesquisador acredita que uma das melhores formas para conseguir lembrar de algo é repetindo essa informação regularmente. “Nos estudos, por exemplo, existe a técnica de revisão espaçada, que ajuda a reter todo o conteúdo por meio da repetição. Nessa técnica, a primeira revisão do conteúdo é feita em até 24 horas. Depois de uma semana deve-se revisar a matéria novamente e, após 30 dias, faz-se uma nova revisão. Assim, o indivíduo fixa o conteúdo a cada repetição. É possível aplicar essa técnica fora dos estudos, fazendo uma espécie de revisão sobre tudo o que fez ao final de cada dia. Esse truque simples é uma ótima forma para fortalecer a memória”, pontua.
A neurociência aponta que quando um conteúdo é narrado com começo, meio e fim, é compreendido mais facilmente por quem escuta e faz com que esse conteúdo demore mais para ser esquecido. Segundo Renato, a memória das pessoas fica especialmente satisfeita com qualquer discurso que tenha o formato de uma história. “Isso acontece porque partes do cérebro são ativadas de um modo semelhante a um quebra-cabeças, no qual todas as peças vão se encaixando com base nas percepções e experiências de cada um. Memorizar fatos que contenham emoção é muito mais fácil, porque o hipocampo, região cerebral necessária para a formação de novas lembranças, é fortemente influenciado pelas emoções. Por isso, ao transformar o que deve ser memorizado em uma narrativa, essa memorização se torna mais simples”, finaliza.