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RELAÇÕES

Relação com os filhos: seis maneiras para se aproximar 

Compreender os conflitos da adolescência é fundamental para uma relação segura e produtiva

Por Isabella Holouka

12 de junho de 2023, às 09h39 • Última atualização em 12 de junho de 2023, às 09h40

Estabelecer um canal de comunicação aberto e honesto é importante para a relação entre pais e filhos - Foto: Adobe Stock

Com o objetivo de analisar a interferência das práticas familiares na identidade dos filhos, um estudo da Social Support, Parenting Style and Mental Health of Children and Adolescents revelou que laços familiares sólidos atuam como um fator protetor contra transtornos comportamentais, além de diminuir a probabilidade de jovens se envolverem com drogas e criminalidade.

Entretanto, um dos grandes desafios enfrentados pelas famílias na atualidade é manter um relacionamento saudável com os filhos adolescentes, opina Danielle H. Admoni, psiquiatra geral com foco em infância e adolescência, supervisora na residência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).

Segundo a psiquiatra, na adolescência surge o despertar do próprio “eu” e do desenvolvimento físico e psíquico. “É uma fase de muita instabilidade emocional e oscilações de comportamento. O adolescente não costuma ter sintonia com o universo dos adultos e acaba, muitas vezes, se refugiando no isolamento ou com os amigos da mesma idade, cuja identificação tende a ser maior”.

Sendo assim, compreender as mudanças e os conflitos que envolvem a adolescência é fundamental para uma relação segura e produtiva com seu filho. E para ajudar neste processo, a psiquiatra dá 6 dicas:

Demonstre interesse pela sua vida

Puxar papo, perguntar sobre assuntos cotidianos ou mesmo retomar alguma conversa que foi interrompida são atitudes que criam vínculos entre você e seu filho. Só não vale chegar em tom de cobrança ou parecer interrogatório. Tenha espontaneidade e saiba o momento certo de tocar nos assuntos. Vale mudar um pouco o cenário e sair para tomar um café, almoçar ou andar no parque.

Comunique-se abertamente

Estabeleça um canal de comunicação aberto e honesto com seu filho. “Encoraje-o a compartilhar opiniões, sentimentos e preocupações, ouvindo sempre com atenção e livre de julgamentos. Isso é crucial para construir um relacionamento de confiança”, diz a psiquiatra.

Conte suas histórias de quando era adolescente

Os filhos esquecem que, antes de serem adultos, os pais também passaram pela adolescência. “Ao compartilhar suas histórias, seu filho se sentirá mais seguro por saber que você entende o que ele está passando. Isso vai gerar mais confiança para ele se abrir com você”, ressalta Danielle.

Nunca proíba nada de forma intimidadora

Mesmo já crescido, o adolescente precisa receber limites dos pais e cumprir com as regras pré-determinadas. No entanto, isso nunca deve ser imposto de forma ameaçadora ou intimidadora, mas com firmeza e autoridade. “Adolescentes tendem a ser desafiadores. Dependendo do seu ‘não’, ele pode te afrontar e passar a fazer coisas escondido. Ou seja, será o caminho oposto do que você quer para esta relação”.

Se descobrir mentiras, não surte

Aquela explosão de raiva quando se descobre que o filho está mentindo, fazendo algo escondido e enganando os pais só serve para piorar a situação. “Não haja de forma impulsiva. Espere a cabeça esfriar para, então, chamar seu filho e ter uma conversa civilizada. O mais importante é entender o que o fez mentir. As medidas a serem tomadas vão depender da gravidade da situação”, pontua a psiquiatra.

Dedique tempo de qualidade

Segundo um estudo da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista Estilos da Clínica, o que vale com os filhos não é a quantidade de tempo, mas a qualidade. É preciso haver interação recíproca e prazer genuíno nas atividades em conjunto.

“Muitos pais não poupam esforços para serem os melhores em suas atividades profissionais, mas nem sempre investem com o mesmo afinco em suas funções educadoras. Estabilidade financeira é importante, mas de nada adianta se não houver participação ativa no desenvolvimento físico, emocional, intelectual e ético dos filhos, tornando-os adultos capazes de realizar suas próprias escolhas, com autonomia, segurança e responsabilidade”.

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