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BERÇÁRIO DE PLANTAS

15 dicas para multiplicar as plantas em casa

Especialista lista recomendações para plantio com sementes e retirada de mudas darem certo

Por Isabella Holouka

12 de fevereiro de 2023, às 05h00 • Última atualização em 12 de fevereiro de 2023, às 08h18

Docente da área de paisagismo e jardinagem do Senac Americana listou 15 dicas ajudar a multiplicar as plantas em casa - Foto: Junior Guarnieri - Liberal.JPG

Quem gosta de plantas provavelmente já plantou sementes e, nas semanas seguintes, culpou uma suposta falta de jeito porque não havia nenhum sinal de germinação. Talvez também tenha um vaso com planta cheia de mudas, suplicando por espaço, e não saiba como aproveitar isso.

Entretanto, um dos maiores desejos de quem está adentrando neste ‘mundo verde’ é multiplicar exponencialmente as espécies e vasos que tem em casa. E para ajudar nesta missão, o LIBERAL procurou a Talita Teixeira Azevedo Gobbi Peron, docente da área de paisagismo e jardinagem do Senac Americana.

O mais utilizado na jardinagem é a reprodução assexuada, através das mudas, usando partes da planta, como um galhinho ou caule, segundo ela. “Mas se a pessoa busca reconexão com a natureza, relaxamento e um verdadeiro passo-a-passo, indico a semeadura, a reprodução sexuada, através de sementes. É uma satisfação. Se você já fez, mas deu errado, pode tentar de novo. A vida é assim”, incentiva ela, que listou 15 dicas:

PARA SEMEADURA EM BERÇÁRIO

1 – Atente-se às informações das embalagens das sementes escolhidas. Existem diversas marcas, inclusive orgânicas. “Em primeiro lugar, quanto mais longe o prazo de validade, melhor. Também avaliar a informação ‘quando plantar’. A maioria tem plantio raso. Com essas informações, dá para semear tranquilamente e fazer a própria muda, tanto de planta ornamental quanto de comestível”, destaca Talita.

2 – Os saquinhos costumam conter bastante sementes, e elas podem ser armazenadas, longe da luz e da umidade – não precisam ser usadas de uma só vez.

3 – Você pode aproveitar sementes de alimentos. “Um tomate da geladeira, por exemplo, você tira a polpa, coloca as sementes para secar em um local sombreado, e utiliza essas sementes, sem problemas”, orienta Talita.

4 – Na jardinagem, o berçário é uma espécie de bandeja normalmente utilizada para a semeadura, com células que podem ser maiores ou menores, em diferentes quantidades. Não é um item essencial para quem deseja manejar as sementes, mas tende a facilitar este momento em que os cuidados precisam ser mais intensos para a plantinha vingar.

“Você tem um controle maior das células, juntas em um local onde consiga dar mais atenção. No começo, é importante molhar todos os dias, duas vezes, e solzinho do início do dia, antes das 10h. A semente vai precisar disso para germinar. Chamamos de berçário porque é como se fossem bebês, e com isso trabalhamos relacionamento, responsabilidade”, diz Talita.

5 – Escolha um substrato de qualidade. O composto que reúne terra, adubos e outros componentes para agregar nutrientes e fazer as vezes de solo precisa ser fofinho, úmido e estar dentro da validade. Para mudas de plantas comestíveis orgânicas, opte pelo substrato orgânico.

6 – Na hora de semear, preencha as células do berçário com o substrato. Faça buraquinhos com a ponta de um dos dedos em cada uma das células. Coloque uma sementinha ou mais (especialmente se forem muito pequenas) em cada buraquinho. “Se eu jogar um monte de terra em cima não vai germinar. Use o substrato por cima apenas para cobrir, com paciência”, destaca Talita.

7 – Evite misturar sementes diferentes. Depois, se ambas vingarem e crescerem, será necessário fazer repicagem, ou seja, escolher uma das mudas para transplantar em uma célula vazia. Outro processo às vezes necessário é o raleio, quando escolhemos a muda que vai ficar e ‘sacrificamos’ a outra.

8 – As sementes demandam períodos diferentes para germinar. No caso do tomatinho cereja que Talita usou como exemplo, são necessários de 5 a 14 dias. Já a colheita tende a iniciar após 100 dias. Depois da semeadura, regue e identifique as células segundo a semente escolhida e a data do plantio.

9 – Sempre que regar o berçário, com aspersor, borrifador ou até um copo de água, faça devagar, para que a semente não pule. Tenha calma, sempre esperando a água baixar, para garantir que a célula estará úmida por completo.

10 – Transplantar a muda depois de cerca de 15 dias, e sempre que perceber que ela está maior, precisando de mais espaço. Com o tempo, ela pode ir para a horta ou jardim, porque estará mais forte para aturar as intempéries. “O ideal é retirar a muda da célula com o torrão. A raiz nua sem torrão e pode dar certo sim, mas terá que gastar mais energia, então vai demorar mais. Quando compramos uma muda de fora, precisamos desfazer o torrão porque vem uma terra muito argilosa, que não deixa a muda desenvolver”, explica.

PARA RETIRAR MUDAS

11 – A dica de Talita é observar a estrutura da planta para saber qual será a melhor forma de retirar mudas. No caso da maioria das plantas ornamentais pendentes, como jibóia, peperômia, tostão, lambari-roxo ou trapoeraba, o corte pode ser feito entre as folhas, retirando partes de 10 a 15 cm para replantio. Pode ser que, se o vaso estiver em um local úmido, já existam raízes aéreas, que serão aproveitadas. “É só colocar na terra, porque vai pegar super fácil, em cerca de sete dias”, destaca Talita.

“Essas plantas, conforme crescem, vão pendendo e o vaso vai ficando mais seco na parte de cima. Então, o que podemos fazer é cortar os galhos de baixo e replantar na mesma terra. Eles vão enraizar e o seu vaso estará sempre bonito, sem aquele aspecto seco”, aconselha a especialista.

12 – Outras plantas podem gerar mudas a partir da técnica de divisão de touceiras – nestes casos, as divisões acontecem nas partes subterrâneas. Espada-de-são-jorge, aspargo alfinete e erva-cidreira são exemplos. Basta separar uma touceira que contenha pelo menos uma folha com um pedaço de rizoma para replantar e cuidar. “Quando você vê que um vaso está cheio, pode mudar para um maior ou desfazer o atual e dividir as touceiras, fazendo as mudas”, sugere Talita.

13 – Uma terceira maneira de retirar mudas é através dos galhos das plantas, possível com espécies como o manjericão e hortelã. Faça um corte chanfrado, que ajuda no enraizamento, e retire as folhas da parte inferior do galho, deixando algumas na parte superior. Deixe em água até os galhinhos enraizarem, o que levará cerca de uma semana. Antes de plantar no substrato, deixar as raízes secarem um pouquinho. Depois, seguir as regas conforme o gosto da planta.

14 – Todas as ferramentas utilizadas no cuidado com as plantas, seja uma tesoura de poda profissional ou uma tesoura normal, precisam ser constantemente limpas com água, sabão e álcool 70. O cuidado ajuda a evitar contaminações e doenças entre as plantas.

15 – A poda necessária para a retirada de mudas é uma espécie de ferimento para a planta. Por isso, utilizam-se canela em pó ou extrato de própolis no local dos cortes para ajudar a protegê-la de fungos e bactérias, além de acelerar a cicatrização. A dica pode ser utilizada em plantas das mas diversas espécies.

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