Linha de sedução
Citroën C3 Feel Pack traz espaço, visual e preço
Modelo da montadora francesa só peca ao oferecer apenas equipamentos que são considerados essenciais
Por Eduardo Rocha / Auto Press
03 de dezembro de 2022, às 11h15
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Quando sofreu o reposicionamento de mercado em 2015, ainda no Grupo PSA, houve uma mudança de personalidade da Citroën. A marca do “double chevron” teve esvaziada sua característica de requinte, que era forte a ponto que gerar a marca de luxo DS, e foi empurrada para um conceito mais despojado e criativo.
A partir daí, os projetos da marca realmente passaram a ser menos luxuosos, mas se diferenciaram da multidão de modelos que povoam as concessionárias de outros fabricantes.
No Brasil, os dois modelos servem de exemplo. O C4 Cactus consegue ser um SUV de visual sui generis e proposta de uso do espaço interno mais racional. E o compacto C3 seguiu o mesmo caminho. Embora não seja tão original quanto o Cactus, se destaca por adotar elementos que o posicionam como um SUV pequeno – menor que os SUVs compactos, mas bem mais espaçoso que os hatches compactos.
C3 Feel Pack – Foto: Eduardo Rocha / Auto Press C3 Feel Pack – Foto: Eduardo Rocha / Auto Press C3 Feel Pack – Foto: Eduardo Rocha / Auto Press
Outro ponto de diferenciação do C3 é o preço: a partir de R$ 69.990, 5% acima de subcompactos como Renault Kwid e Fiat Mobi, mas cerca de 10% abaixo dos hatches compactos com conteúdo semelhante. Essa estratégia permeia toda a gama até as configurações mais completas, como a versão avaliada Feel Pack, que custa R$ 98.090 já com pintura em duas cores – opcional que acrescenta R$ 2.100.
Essa vantagem na tabela vem se refletindo nas vendas do modelo. Em outubro, primeiro mês com a curva de produção no ritmo previsto, foram emplacadas 2.620 unidades, centro do alvo no lançamento. Sozinho, o C3 vendeu neste primeiro mês 50% mais do que tudo que a marca vendeu mensalmente este ano.
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A versão Feel Pack traz os equipamentos mínimos esperados, como rodas de liga leve, ar-condicionado analógico, luzes diurnas em LED, câmera de ré, computador de bordo, faróis de neblina, vidros, travas e espelhos elétricos e volante multifuncional com revestimento em couro.
As partes mais tecnológicas são o painel com visor de TFT com 3,5 polegadas, que exibe o velocímetro digital e os dados do computador de bordo, e a central multimídia com tela sensível ao toque de 10 polegadas, com Android Auto e Apple CarPlay por conexão sem fio. O modelo não conta, no entanto, com carregador por indução.
Apesar de contar com uma plataforma bem atual, a EMP1, os recursos do C3 não são dos mais modernos. Os itens de segurança se limitam aos obrigatórios, como airbag duplo e controle de estabilidade e tração. Mesmo contando com câmbio automático de seis marchas com modo sequencial, não tem controle de cruzeiro.
Esse câmbio gerencia o motor 1.6 16V aspirado. Trata-se do propulsor EC5, projeto de 1986 que vem sendo renovado e modernizado nos últimos 35 anos. É um motor robusto, mas de conceito antigo, que rende com gasolina/etanol 113/120 cv a 6 mil rpm e 15,4/15,7 kgfm a 4.250 giros. Rotações muito altas para serem exploradas no uso normal.