Nos últimos anos, as fabricantes trocaram a oferta avulsa de itens opcionais por pacotes com grupos de equipamentos e versões quase personalizadas de seus produtos. É um reflexo da otimização da produção. Nas modernas linhas informatizadas, as peças chegam nas ordens exatas para a montagem de cada modelo. Não importa tanto o número de variantes, desde que estejam no cardápio da gama. Um bom exemplo desse processo é a Ford Ranger, que tem levado esse processo ao limite.

Pelo terceiro ano seguido, a marca agrega uma nova versão à linha para ampliar o alcance da picape. A gama já soma sete variantes, três delas lançadas nos últimos 24 meses: Storm em 2020, Black em 2021 e agora a FX4.

O nome FX4 nasceu de um código interno da fabricante para modelos da série F com tração 4X4, e agora designa versões recheadas com itens de conforto com uma pegada off-road – caso da picape média-compacta Maverick, lançada no Brasil este ano.

E é exatamente este o foco da Ford. O modelo chega alinhado em preço com a versão XLT – inicial é o mesmo, de R$ 288.990 –, logo abaixo da topo de linha Limited, que sai por R$ 313.590.

Originalmente, a FX4 chega com rodas aro 18 e pneus ATR, mas pode ter instalados nas concessionárias, por mais R$ 2 mil, conjuntos com rodas aro 17 e pneus Pirelli Scorpion AT+, iguais aos da Storm, para melhorar o desempenho off-road.

Em relação ao conteúdo, a FX4 é também muito semelhante a XLT. O carro traz direção, travas, vidros e espelhos elétricos, ar-condicionado digital de dupla zona, interior em couro com costuras em vermelho, banco do motorista com ajuste elétrico e lombar, sensor de chuva, câmera de ré e sensor de estacionamento traseiro, painel com duas telas de LCD, central multimídia com tela de 8 polegadas e espelhamento com cabo via Android Auto e Apple CarPlay, sistema de conectividade FordPass Connect, com informações e comandos remotos via celular.

A ideia de luxo na FX4 tenta se associar a uma imagem mais esportiva, por isso troca os detalhes cromados das maçanetas e grade da XLT por acabamentos em preto brilhante. O mesmo ocorre com as rodas, em preto.

A grade em si recebe um desenho específico, com um fundo em tela e o oval da Ford fixado ao centro. Os faróis têm máscara negra e são full led, com projetores. Adesivos e o emblema FX4 em vermelho identificam a versão, que ainda recebe um santantônio tubular e alargadores de para-lamas.

A Ford desenvolveu um snorkel específico para a FX4, vendido como acessório, mas ele não altera a capacidade de imersão do modelo – que já era de ótimos 80 centímetros.

Sob o capô, a FX4 traz o motor mais poderoso da linha: Duratorq turbodiesel de 3.2 litros, que gera 200 cv e torque de 47,9 kgfm, gerenciado por uma transmissão automática de seis marchas, com tração 4X2, acoplamento 4X4, reduzida e bloqueio do diferencial traseiro.

O propulsor passou por modificações para responder à fase L7 de emissões do Proconve, e recebeu um sistema de redução catalítica que utiliza o reagente Arla 32 nos gases de escape.

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– Foto: Divulgação

VENDAS. Pelos números de mercado que a Ranger vem apresentando, a tática de diversificação de versões da Ford vem dando resultado. As configurações Storm e Black, classificadas pela marca como opções de uso pessoal, responderam por mais de 15% das vendas em 2021. No total, foram 20.449 unidades, que fizeram a Ranger manter o 3º lugar entre as picapes médias-grandes – atrás de Toyota Hilux e Chevrolet S10.