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O caminho em busca da independência financeira
Disciplina para poupar parte dos recursos todos os meses é essencial
Por Isabella Holouka
20 de março de 2023, às 07h27
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/mais/o-caminho-em-busca-da-independencia-financeira-1926701/
Alcançar a liberdade financeira, não depender dos recursos provenientes do trabalho e conseguir custear a própria vida com juros recebidos – este é o sonho de qualquer investidor. Para isso, é necessário começar a poupar e investir o quanto antes, com consistência, disciplina e mentalidade de longo prazo.
Segundo o assessor de investimentos Guilherme Pires, um dos sócios da Fórum Investimentos, empresa de Americana credenciada à XP Investimentos, poucos brasileiros pensam no longo-prazo com intuito de formar um patrimônio para a aposentadoria. Em geral, o que se vê é a formação de reservas financeiras para compra de um imóvel como um objetivo para o futuro.
Ele observa que investidores iniciantes costumam buscar investimentos de curto-prazo, apesar de os investimentos de longo-prazo serem mais rentáveis e com cobrança de alíquotas de imposto menores, e os principais motivos para isso são três: poucos recursos, falta de objetivos claros e medo.

“O investidor não sabe se pode vir a precisar dos recursos para uso no dia-a-dia ou alguma emergência e não sabe dizer se aquele recurso guardado é para a compra de um novo carro que será adquirido nos próximos 6 meses ou se é para a compra de uma casa que será feita em 5 anos”.
“E como a educação financeira no Brasil ainda é muito deficiente, as pessoas em geral têm medo de deixar recursos investidos por prazos mais longos, com receio de que a instituição financeira escolhida possa falir e ele perder os recursos”, comenta o assessor de investimentos.
Guilherme explica que os investidores que focam na liberdade financeira pensam em investimentos de longo-prazo e buscam por instrumentos de renda-fixa mais longas, ações, fundos imobiliários e previdências, sendo que o volume e a escolha do que investir depende do perfil de risco de cada pessoa e qual o prazo estipulado para atingir seu objetivo financeiro.
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“As principais dicas são: tenha consistência e comece o quanto antes. Os maiores aliados do investidor são a sua disciplina para poupar parte de seus recursos todos os meses e o tempo, porque quanto antes você começar a investir, por mais tempo os juros compostos trabalharão a seu favor. Assim, você precisa guardar menos e consegue atingir suas metas mais facilmente”, orienta.
Entretanto, o especialista ressalta a importância da construção de uma reserva de emergência, que precisa ser o primeiro passo de todo investidor, antecedendo qualquer investimento de longo prazo. “É um porto seguro para eventuais imprevistos, sejam coisas do dia-a-dia, como compras em excesso que possam superar os gastos mensais ou até mesmo a perda do emprego ou uma doença inesperada”, lembra ele.
Os investimentos para reserva de emergência precisam ser de curtíssimo prazo, com possibilidade de resgate dos recursos no mesmo dia ou no máximo dois dias úteis. Além disso, o nível de risco deve ser baixo. Não existe um número exato para essa reserva, mas em geral recomenda-se para profissionais autônomos entre oito e 12 meses das suas despesas médias mensais e para profissionais CLT (que possuem maior estabilidade) seis meses das despesas médias mensais.