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Pet

A saúde mental dos pets

Animais também podem desenvolver quadros depressivos e ansiosos; veja como identificar e o que fazer para ajudá-los

Por Stela Pires*

03 de outubro de 2022, às 12h16 • Última atualização em 03 de outubro de 2022, às 12h17

Os cuidados com a saúde dos pets já são comumente conhecidos pelos tutores. Levar ao veterinário para exames de rotina, aplicação anual das vacinas e vermifugação já fazem parte do dia a dia das famílias que prezam pela saúde física do animal. Porém, os cuidados básicos estão além do físico do gato ou cachorro, e também devem incluir a saúde mental dos pets.

O quadro depressivo e ansioso é muito discutido entre os humanos, mas também pode acometer os animais por diversos motivos, de acordo com a médica veterinária pós-graduada em Medicina Integrativa, professora Joyce Magalhães.

Dentre os fatores causadores de doenças psicológicas entre os animais domésticos estão a mudança de rotina ou no ambiente em que vive, a perda do tutor, de alguém querido ou até mesmo de um companheiro pet que vivia na casa.

Quadro depressivo e ansioso é muito discutido entre os humanos, mas também pode acometer os animais – Foto: Moshe Harosh / Pixabay

“E até mesmo por algumas patologias”, indicou a veterinária. Joyce exemplificou com um paciente que acompanha na medicina integrativa. O animal, por ter uma doença inflamatória intestinal, era extremamente ansioso e acabava comendo sem fome e vocalizando demais.

“Hoje, a gente já sabe que a maioria das doenças se desenvolvem com o gatilho inicial emocional”, disse. O espelhamento ao tutor também desencadeia os quadros depressivos e ansioso nos animais.

Então, se de repente o tutor está passando por um momento mais desafiador, um momento delicado, o pet absorve essas emoções e acaba culminando no aparecimento de doenças, e muitas vezes degenerativas e graves.

De acordo com a veterinária, a genética é responsável entre 5% e 10% pelo aparecimento de doenças. Os outros 90% ou 95% são consequência do meio em que o pet está inserido, como o estilo de vida, rotina, traumas e alimentação. “É muito importante a gente destacar essas informações para os tutores”.

Segundo a médica veterinária, é possível compreender o estado emocional do pet através da observação. “O que a gente consegue perceber com frequência quando os animais expressam essa doença emocional, é a mudança no padrão de comportamento natural que o pet expressava ao longo da convivência com a família. Esse padrão muda”, disse.

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Alguns desses comportamentos podem ser falta de interesse em brinquedos e brincadeiras, menor interatividade social com a família, irritação, falta de apetite, se recluir ou ficar embaixo da cama. “Ele é um membro da família, então fica muito mais fácil da gente perceber qualquer comportamento destoante”, comentou a veterinária.

Os quadros de doenças psicológicas podem ser evitados, de acordo com Joyce. “Sempre que decidirmos ter um pet, devemos pesquisar sobre a raça, sobre comportamento e trabalhar com enriquecimento ambiental”, orientou.

A ajuda de um profissional em relação a educação comportamental do novo animalzinho também é orientada pela veterinária, mas trabalhar o bem-estar e a qualidade de vida do pet também é essencial na prevenção. É necessário que exista a interação e convívio social, passeios e horas durante o dia separadas para brincadeiras.

Se você levá-lo para casa enquanto filhote acaba sendo mais fácil porque nesse período de socialização até cinco, seis meses ele vai aprender a rotina da sua casa”.

No caso dos pets que foram adotados já adultos, a veterinária aconselha a observação do comportamento, se há traumas ou se estão arredios, e nesses casos procurar um médico veterinário comportamentalista para ajudar a tratar o animal.

De acordo com Joyce, a medicina veterinária possui diversas ferramentas para ajudar no tratamento dos animais que enfrentam depressão e ansiedade, indo desde a investigação sobre possíveis doenças até tratamentos propriamente ditos, como musicoterapia, cromoterapia, reiki, e terapia neural.

*Estagiária sob supervisão de Valéria Barreira.

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