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Caminhos cruzados mudam a vida de gato e tutora

Conheça a história de Neguinho, gato encontrado acidentado na Avenida Cillos, mas que foi resgatado e salvo

Por Stela Pires*

19 de setembro de 2022, às 07h23

Os caminhos da Maria Vitória Perine e de Neguinho se cruzaram na noite da Sexta-feira Santa deste ano. Enquanto ela voltava da casa de um tio, onde passou o feriado, sua mãe, Elisabete Perine, avistou um gato “jogado” no meio fio no final da Avenida Cillos, em Americana.

Mexendo o rabo freneticamente, quase como um pedido de socorro, Neguinho foi socorrido pela mãe e filha. “Foi tenso porque ele estava muito assustado”, lembrou Maria Vitória.

Depois que pararam para resgatar o gato, Maria Vitória tentou pegá-lo com um pano, mas Neguinho estava muito assustado e se debatia muito. Um casal que passava pelo local parou para auxiliar no resgate, enquanto Elisabete correu em casa, que fica próxima ao local, para pegar uma caixa de transporte para ele.

A tutora Maria Vitória encontrou Neguinho acidentado e lutou para salvar a vida do gato – Foto: Junior Guarnieri / Liberal

“Ele tentou correr, mas acho que ele estava tonto e provavelmente não estava enxergando nada”, contou. Quando a mãe de Maria Vitória chegou, Neguinho entrou com facilidade na caixinha e foram direto para o Myourpet, hospital veterinário com atendimento 24h.

No hospital, Neguinho foi parar no oxigênio. “Na minha cabeça não ia ter jeito, ele ia morrer. Eu nem queria colocar nome nele”, relembrou a tutora. Mas quando o veterinário voltou da internação, as notícias eram animadoras. Apesar de momentos antes estar cuspindo sangue, o quadro do bichano já tinha progredido.

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Neguinho havia levado uma pancada na cabeça e, até então, o gato tinha muita dificuldade de respirar, problema causado por um edema sublingual, que causou um inchaço na boca. “Até hoje a gente não sabe se foi atropelamento ou se alguém bateu nele”.

A pancada fez com que todo o rosto dele inchasse e, hoje em dia, apesar de Neguinho estar melhor, a tutora ainda não sabe se ele enxerga, mas tem certeza de que a visão do gatinho não é normal.

“Eu conversava com o universo e pedia ‘por favor, se for para ele ir embora ou ficar me dá um sinal’”, contou. Na época, a tutora não conseguia enxergar os sinais, mas hoje, de acordo com ela, eles são muito claros.

Durante o tempo em que o gatinho ficou internado, a tutora precisou realizar diversas rifas para custear todo o tratamento. Como se fossem sinais de que Neguinho sairia daquela, as rifas fechavam rapidamente e Maria Vitória conseguia custear o tratamento. “A melhora dele era devagar, mas estava evoluindo”, contou.

Apesar de estar melhorando, o gato apresentava dificuldades para se alimentar e, após a realização de exames, a família recebeu o resultado positivo para FIV. “Foi um baque bem pesado pra gente”.

A doença é a AIDS felina, uma infecção causada pelo vírus de imunodeficiência. A condição causa a falta de apetite, perda de peso, problemas de visão, doenças no baço, rins e fígado etc.

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Foi neste momento que a médica veterinária responsável pelo acompanhamento de Neguinho sugeriu que colocassem uma sonda para alimentação no bichano.

“Eu comecei a alimentar ele aqui em casa e comprei tudo que era necessário, uma coisa que nunca tinha feito na minha vida”, disse a tutora sobre os cuidados com o gato durante o período em que ele esteve com a sonda.

Foi no processo de alimentação pela sonda que a tutora reparou que Neguinho percebia que estava sendo alimentado e começou a lamber as partes do corpo que acabavam sujas pela comida. “Até que um dia eu estava dando a comida pela sonda e coloquei perto dele, e pronto, ele começou a comer”, contou.

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A partir desse momento, Neguinho começou a apresentar melhora significativa, com alguns problemas como cistite psicológica pelo caminho, mas comparado ao quadro inicial do animal, ele estava muito bem.
“Cuidar de animal requer paciência, porque eles entendem, mas não igual ao humano”, confidenciou a tutora. “Agora ele está gordo e sabe usar a caixinha de areia, o que ele não sabia antes”.

Para ela, o gato é como se fosse seu próprio filho. “Ele exige mais cuidados do que os outros [gatos da casa], mas cada dia que passa está melhorando”, contou.

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Agora, ele anda mais do que conseguia antes e como apresenta dificuldades visuais segue a voz de Maria Vitória.

O carinho e apego que o gato tem pela tutora parece demonstrar todo o amor que sente por ela ter salvo sua vida.

*Estagiária sob supervisão de Valéria Barreira

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