NOSSOS PETS
Coceira nas orelhas pode ser sinal de otite
Cães e gatos sofrem com o problema, que pode ser causado por alergias ou pela ação de bactérias e fungos
Por Stela Pires
06 de março de 2023, às 07h48
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/mais/pet/coceira-nas-orelhas-pode-ser-sinal-de-otite-1919618/
A otite já é uma “velha conhecida” dos humanos. O termo designa inflamações e infecções de ouvido que geram incômodo e dores. Nos animais não é diferente, tanto os cães quanto os gatos também sofrem com o problema, que pode ser causado por alergias ou pela ação de bactérias e fungos. Assim como nos humanos, o incômodo causado nos animais é grande e alguns cuidados podem ser tomados para evitar as otites.
Essas infecções e inflamações podem ser classificadas de três maneiras, de acordo com a lateralidade, podendo ser unilateral ou bilateral; evolução, sendo aguda, crônica ou crônica recidivante; e de acordo com sua localização, que pode ser o ouvido externo, médio ou interno do animal.
De acordo com o médico veterinário Ricardo Adegas, do Agropet Mineiro, essas bactérias e fungos que causam as otites surgem com o acúmulo de sujeira no ouvido dos animais, ocasionando o surgimento de infecção e inflamação. A limpeza é uma aliada na prevenção destes problemas.
“Como a gente faz limpeza do nosso ouvido com cotonete e tudo mais, no do animal também deve ser feito pelo menos uma vez na semana, que vai amenizar ou até não apresentar esses problemas de otite”, explicou.
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A limpeza deve ser feita com uma solução que irá dissolver a sujeira, gordura ou qualquer secreção que esteja no ouvido do pet. Com um algodão, ou até mesmo um cotonete, o tutor deve retirar o excesso que for dissolvido. Esse processo deve ser feito periodicamente ou quando o animal já estiver com alguma inflamação.
Os sinais de que o pet está com otite são claros. Ele começa a coçar um pouco mais a cabeça, esfregá-las nos lugares, e o odor fica um pouco mais forte, que é chamado de “avinagrado”, pelo caráter mais ácido. “Ver que o animal fica um pouco mais irritadiço, a orelha mais quentinha, o conduto auditivo mais cheio de sujeirinhas com secreção e cheiro mais forte e até mesmo se ele tombar a cabeça por conta da dor no ouvido”, disse o veterinário.
Ele ainda disse que se o pet fica receoso quando o tutor coloca a mão em sua cabeça, também pode ser uma indicação de inflamação.
O veterinário ainda ressalta a importância de levar o animal para fazer check-ups semestrais. É durante a consulta que será possível a verificação do animal como um todo e os tutores serão orientados para o tratamento adequado para cada caso de otite. “Às vezes esse tratamento é mais longo, porque é uma região onde o animal tem mais sensibilidade e maior probabilidade de ter a infecção recorrente, até por ser um conduto fechadinho, quentinho e úmido, características que as bactérias causadoras de inflamação e infecção adoram”, explicou.
Banho e tosa
Existe um mito em torno do banho e tosa em relação às otites. Muitas vezes os tutores correlacionam as infecções ao momento de higiene do pet, dizendo que entrou água no ouvido do animal, mas não é bem assim que ocorre.
O veterinário explica que a otite pode vir de qualquer lugar, mas o que ocorre no banho e tosa é que durante a higienização do pet a orelha também é limpa e, quando a otite já está instalada no conduto auditivo do animal, o ouvido acaba ficando mais sensível e causa maior incômodo, resultando em comportamentos como o coçar das orelhas.
“No banho eles fazem essa limpeza sempre, mas a gente em casa também tem que ser precavido em fazer essa observação e a limpeza, tanto no cão quanto no gato”, disse.