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Nossos Pets

Convivência harmônica: grávidas e gatos

Gravidez, toxoplasmose e gatos: a infecção pelos felinos não é tão comum

Por Stela Pires*

31 de outubro de 2022, às 07h16 • Última atualização em 31 de outubro de 2022, às 08h04

Muitos gatos são alvo de abandono durante a gravidez de suas tutoras por causa do medo da toxoplasmose – doença transmitida aos seres humanos pelos animais – que, se contraída pela grávida pode ser transmitida para o feto, levar ao aborto, causar danos neurológicos, deficiência mental e convulsões. Mas, a transmissão de gatos para humanos é menos comum do que parece.

Estima-se que apenas 1% da população felina elimine os cistos do protozoário T. gondii – causador da doença – no ambiente, de acordo com instruções do Governo do Estado do Rio de Janeiro à população. A orientação também destaca que a maneira mais comum de contrair o protozoário é a ingestão de carne, seja bovina, suína ou de aves, crua ou mau cozida.

A médica veterinária Marcela Salvador, grávida de sete meses, e seu gatinho Marvin – Foto: Marcelo Rocha / Liberal

“Para que uma pessoa seja acometida pela toxoplasmose através do contato com um gato, é preciso que esse gato esteja na fase infectante da doença e que a pessoa tenha contato direto com as fezes desse gato”, explicou a médica veterinária especializada em felinos Mariana Leite.

De acordo com a médica, o tutor só contrairá a doença caso manipule as fezes sem os devidos cuidados, por meio das mãos e que depois entre em contato com mucosas, como a boca e os olhos. Mariana aponta que é seguro uma grávida conviver com o seu gato sem pegar a doença.

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“Para isso é preciso tomar cuidados básicos de higiene e prevenção, como recolher diariamente as fezes da caixa sanitária, usando luvas, e lavar as mãos após a limpeza”, disse.

A presença de anticorpos ao Toxoplasma gondii é mais comum na população dos gatos de rua, podendo chegar à 40%. No entanto, possuir anticorpos não é o mesmo que ser infectante. Apenas gatos que excretam oocisto possuem a doença transmissível, e esses animais entram na taxa de 1% da população de gatos. “Ou seja, é uma infecção comum, mas de doença clínica rara”, explicou a médica.

Mesmo os sintomas sendo inespecíficos, pois ocorre um acometimento de diversos órgãos ao mesmo tempo quando doentes, existem alguns sintomas que os tutores podem se atentar. São eles: diarreia, febre, vômito, falta de apetite, perda de peso, dor generalizada na musculatura, falta de ar, acometimento do fígado causando mucosas amareladas, alterações oculares, andar cambaleante e até convulsões.

Assim como os humanos, os bichanos contraem a doença pela ingestão de carne crua ou mau passada, alimentos e água contaminados.

Mesmo a transmissão da doença de gatos para seres humanos sendo de baixa incidência, a também médica veterinária Marcela Salvador, de 34 anos, que está grávida de sete meses e possui três gatos em casa, recebeu orientações equivocadas sobre o contato com os felinos.

Na ocasião, a médica obstetra que estava cuidando do pré-natal de Marcela a orientou que não tivesse contato algum com gatos, sem explicar o porquê daquilo. “Uma pessoa leiga, que talvez não tenha tanto acesso à informação, vai acabar se desfazendo do gato”, disse.

Marcela toma os cuidados necessários, como a boa higienização dos alimentos e deixou de comer salada fora de casa por não saber a procedência. A orientação de Marcela é que as grávidas pesquisem as informações que recebem e questione os médicos sobre possíveis dúvidas.

“E a qualquer sintoma do gato, leve ao veterinário”. “A minha gatinha de 15 anos não desgruda da minha barriga. Não precisa ter medo, é só curtir o amor”, disse.

*Estagiária sob supervisão de Valéria Barreira.

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