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NOSSOS PETS

Cuidado com plantas tóxicas para um jardim ‘pet friendly’

Componentes presentes em algumas espécies podem causar problemas de saúde irreversíveis nos animais

Por Isabella Holouka

05 de dezembro de 2022, às 06h15

Considerada um hobby para muitas pessoas, a jardinagem agrega inúmeros benefícios no cotidiano, principalmente a beleza das plantas e o bem-estar dos ambientes. Porém, quem tem animal de estimação em casa ou planeja receber um filhote, precisa se atentar para as plantas escolhidas, já que muitas das espécies mais populares são tóxicas para cães e gatos e é natural que os pets desejem explorar cada cantinho dos jardins.

“As plantas tóxicas têm princípios ativos e componentes que, quando ingeridas pelos animais, levam a quadros de intoxicação hepática e geral. Os animais acabam tendo problemas neurológicos irreversíveis, acabam morrendo, tanto cães quanto gatos”, explica o médico veterinário e professor na Fam (Faculdade de Americana) Mauricio Etechebere.

Segundo ele, as mesmas plantas tóxicas para os cães também o são para os gatos, e vice-versa. O profissional alerta para a toxidade das seguintes espécies, com seus nomes populares: comigo-ninguém-pode, palma, espada-de-são-jorge, lírio da paz, algumas cactáceas, samambaias em geral, copo-de-leite, zamioculca, rendas portuguesas, antúrios e hibiscos. Também entram na lista azaleia, jiboia, orelha-de-elefante, costela-de-adão, flor-da-fortuna e hortênsia.

Plantas com toxinas podem causar intoxicações graves em cães e gatos – Foto: Pixabay

Em caso de intoxicação, o tutor irá notar salivação excessiva, incoordenação motora, dilatação pupilar, fobia, tremor muscular intenso e vocalização espontânea – os primeiros e já alarmantes sinais de que algo está errado.

O médico veterinário orienta como agir: “Ao notar que o animal está intoxicado, você deve tentar identificar qual é a fonte da intoxicação, se foi planta, qual planta, há quanto tempo ele comeu, e se dirigir ao médico veterinário ou clínica mais próxima. Só o profissional especialista poderá saber qual será a melhor ação a ser tomada, porque não existe um protocolo único para intoxicações”, afirma.

De acordo com ele, o tutor não deve dar água ou alimento para o animal antes de levá-lo ao veterinário e nem sempre provocar o vômito do bichinho vai melhorar o quadro em que ele se encontra, especialmente quando a intoxicação for causada por uma planta com a acidez como característica. O profissional também alerta para o perigo de tentar soluções encontradas on-line.

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“Hoje o mundo da internet é muito rico, com processos elaborados e efeitos mágicos de tratamentos. Mas sabemos que 99,9% disso é ‘fake’ e muitas vezes acaba complicando ainda mais a saúde do animal”, diz. O profissional lembra que elementos e produtos tóxicos com potencial para causar envenenamentos – como venenos para ratos, alguns produtos de limpeza, além das próprias plantas – “não combinam com animais e crianças”. 

“Estou há 30 anos trabalhando nesta área e sei o prejuízo que já houve em famílias com quadros de intoxicação. A melhor coisa é evitar o produto tóxico na casa onde se tem criança e animal de estimação, buscar conhecer as plantas que possuem princípios ativos de toxinas, e não cultivá-las em casa. Por mais que você também goste de plantas, evite. O animal ou a criança ainda não têm consciência de evitar uma intoxicação grave e a vida é feita de escolhas”, finaliza.

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