Saúde Animal
Dermatite afeta o bem-estar dos pets
Médica veterinária explica causas, sintomas e como proceder nos cuidados com o animal
Por Stela Pires
24 de julho de 2023, às 07h39 • Última atualização em 24 de julho de 2023, às 07h40
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/mais/pet/dermatite-afeta-o-bem-estar-dos-pets-1992637/
A dermatite pode ser extremamente desconfortável para os pets. O nome é a generalização para problemas de inflamação de pele, mas qualquer incômodo decorrente da situação é o suficiente para prejudicar o bem-estar do animal.
“Aquele animal se coça, fica irritadiço, muitas vezes não consegue comer, se automutila, então o tutor também fica bastante desconfortável. Ver o animal se coçar e chorar também é extremamente doloroso, então precisa de um acompanhamento, de um diagnóstico muito bem feito”, disse a médica veterinária e professora da Fam (Faculdade de Americana) Joyce Magalhães.
Vermelhidão, descamação, coceira e algumas feridinhas são sinais de alerta. As causas de uma dermatite são diversas e a conclusão do diagnóstico para iniciar o tratamento não é tão simples. Elas podem advir de ácaros, processos alérgicos, bactérias ou ainda ter o desenvolvimento de fungos ligado a um processo inflamatório inicial.
Os fatores emocionais do pet também podem contribuir com o aparecimento de inflamações, além de baixa da imunidade e mudanças na alimentação.
De acordo com a veterinária, o primeiro passo é procurar o médico veterinário para definir a causa. “Muitas vezes há necessidade de alguns exames complementares e, em alguns casos, até biopsia, para avaliar a lesão, os sinais clínicos e todo o contexto onde o animal está inserido”, disse.
Assim como a pele do ser humano, o tutor também pode tomar cuidados em relação ao animal. Evitar umidade por período prolongado e respeitar o tempo ideal do intervalo de banhos são dicas que podem ajudar a evitar os problemas de pele. “Aquele animalzinho que às vezes lacrimeja muito, por exemplo, o ideal é que o olhinho seja limpo com frequência”.
As raças que adoram água precisam de uma atenção especial, como golden retriever e labrador, que se molham em qualquer oportunidade. Lulu da pomerânia, shih tzu, pug, bulldogue francês e bulldogue inglês também têm predisposição ao desenvolvimento de inflamações de pele.
“Evitar mudanças bruscas na alimentação e fazer sempre o controle de pulgas e carrapatos, são medidas que podem ajudar na prevenção da dermatite”, explicou Joyce.
Outro ponto é sempre utilizar shampoos e condicionadores específicos para o animal por causa da mudança de ph. “Sempre utilizar produtos formulados para pets”.
Fator genético. Em algumas situações, também há causas hereditárias envolvidas no surgimento da inflamação, denominada de dermatite atópica, que é crônica. Neste caso, a opção é o controle da doença. “O uso de ferramentas da medicina funcional integrativa pode inibir a expressão daquele gene e equilibrar o corpo do animal para que ele tenha qualidade de vida”, exemplificou a veterinária.
A especialista alertou sobre a administração indevida de corticoides aos animais. De acordo com ela, é muito comum que os tutores ofereçam a medicação ao pet em momentos de crises de coceira. O medicamento terá efeito momentâneo, mas o uso pode apresentar piora no quadro clínico. “O corticoide tira o animal daquela crise, ameniza os sintomas por um momento, mas ele não tira a causa da inflamação. Muitas vezes aquele animal quando parar de tomar o corticoide terá um efeito rebote e aquela sintomatologia volta com mais força, então é preciso identificar, procurar um médico veterinário para tratamento”, explicou.