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MAUS-TRATOS

Microchips identificam responsáveis e auxiliam luta contra a crueldade animal

Com a leitura dos chips, órgãos podem responsabilizar os agressores

Por Stela Pires

30 de abril de 2023, às 10h15

Eduardo deu um lar para Kiara e Olívia, duas cachorrinhas paraplégicas - Foto: Marcelo Rocha / Liberal

Abril marcou a campanha de combate à crueldade animal. Ela é promovida há mais de uma década pela ASPCA (American Society for the Prevention of Cruelty to Animal) ou Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra os Animais, em português. Mesmo o mês sendo reservado à campanha, o combate deve ocorrer o ano inteiro, e um aliado pouco conhecido da causa é o microchip.

“A microchipagem é essencial tanto para o tutor, quanto para os órgãos fiscalizadores”, disse o presidente voluntário da AAANO (Associação Amigos dos Animais) de Nova Odessa, Carlos Pinotti. De acordo com ele, o microchip é uma maneira dos órgãos identificarem quem abandonou o animal e também punir judicialmente.

“Essa ação é importante para mostrar para as pessoas que a lei funciona. Mas para isso, elas precisam denunciar, e da forma correta”, disse. Os maus-tratos contra animais é crime previsto na Lei Federal nº 9.605/98, e a pena pode chegar a cinco anos de prisão, pagamento de multa e inclusão do infrator no registro de antecedentes criminais.

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No caso de animais que por algum motivo tenham escapado, caso sejam encontrados é possível passar a leitora de microchip, identificá-los e assim contatar o tutor responsável.

O abandono ou maus-tratos afeta os animais de inúmeras maneiras e, muitas vezes, permanentemente. “É terrível ver as sequelas nesses animais, que são seres tão inocentes e dedicados ao ser humano”, disse Carlos.

Recentemente a AAANO teve um caso de sucesso com a microchipagem. O ex-tutor da cachorrinha Kiara, abandonada paraplégica, foi identificado após leitura do microchip, foi condenado à detenção com pena revertida à prestação pecuniária, além de pagar multa e ressarcir a entidade por todos os custos com o tratamento do cão.

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A Kiara teve um final feliz. A cadela foi abandonada em uma clínica veterinária de Nova Odessa com poucos meses de vida e atropelada. Ela precisou passar por procedimento cirúrgico para o trauma não prejudicar a coluna e depois foi encaminhada à associação, onde cruzou seu caminho com Eduardo, seu atual tutor.

O recepcionista Eduardo Domiciano, de 29 anos, sempre esteve envolvido com a causa animal. Há cinco anos, quando ficou desempregado, ele começou a ajudar no abrigo da AAANO, mesma época em que Kiara foi abrigada. Ele ficou responsável pelos cuidados com a cachorrinha, pois ele já era tutor de outra cadela paraplégica, a Olivia. “Foi inevitável, desde a primeira vez que ela foi para o canil estava sempre comigo. No final de semana ela vinha para minha casa”, contou.

Eduardo não tem dúvidas de que a chegada de Kiara foi uma mudança. “Pode parecer clichê, mas adotar a Kiara foi um presente. Com seu jeitinho carente, amoroso e extremamente feliz, ela ilumina tudo por onde passa”, disse. De acordo com ele, os cuidados com ela e com a irmãzinha Olivia são quase iguais aos de outros animais, a única diferença é que elas usam fraldas. “Elas também são mais elétricas. As visitas amam brincar com elas, é demais a energia”.

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