NOSSOS PETS
Os perigos da ceia de Natal para os pets
Alimentos tradicionais desta época oferecem riscos de sérios problemas aos animais
Por Cristiani Azanha
12 de dezembro de 2022, às 06h59 • Última atualização em 13 de dezembro de 2022, às 09h23
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/mais/pet/os-perigos-da-ceia-de-natal-para-os-pets-1878104/
Se engana quem pensa que os pets não estão espertos para aqueles famosos “roubos” nas ceias natalinas. Basta deixar cair algo ao chão para o gato ou cachorro rapidamente se aproveitarem da situação. A ideia de que somente um pedacinho não faz mal é totalmente errada. O alerta é do veterinário Ricardo Storniolo Adegas, do AgroPet Mineiro.
Alguns inimigos dos animais são as tradicionais uvas passas, nozes, carnes gordas e temperadas, sorvete e chocolate, que podem ser encontrados na maioria das mesas das festas de final de ano.
“Alguns alimentos são considerados tóxicos, mesmo em quantidades pequenas. Pode ocorrer desde a intoxicação, que pode afetar o sistema neurológico com tonturas, até diarreias. Há situações em que acarretam problemas renais. Nos casos mais graves, há o envenenamento que pode levar à morte”, explica o veterinário.
Quem tem um animal doméstico em casa também deve tomar cuidado com ossos, principalmente os de frango, pois podem perfurar o intestino e podem ser retirados somente por cirurgia.

Ricardo destaca que uma dica para aqueles que desejam comemorar com os amigos de quatro patas é fazer uma ceia com produtos exclusivos aos pets. Até são muitos parecidos com os consumidos pelos humanos, mas se trata apenas de um truque. Vinho e cerveja , por exemplo, nada mais são do que suco de carne. Não tem nada de teor alcoólico. “Nem pense, em hipótese alguma, oferecer bebida alcoólica para o pet. Basta uma colher de chá para que fique embriagado e causar vários problemas de saúde. Sem contar que o gesto também pode ser considerado como maus-tratos”, enfatiza o profissional.
CUIDADOS. A veterinária Mariana Agnese Bortolazzo, da CentralVet, tem em casa uma cachorra da raça samoieda. Bianca, de 5 anos, é bela, mas também muito arteira. “Já conhecia essa raça e sabia que os animais são bagunceiros. Ela já comeu almofada e em casa não deixamos nada no chão para evitar acidentes. Nas confraternizações de fim de ano, a atenção é redobrada para evitar os acidentes”, diz Mariana.
O mesmo cuidado Mariana tem com Antonio (14 anos), Margarete e Sara (ambas com 15 anos), seus vira-latinhas idosos.
Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp
A veterinária diz que alguns sintomas de intoxicação são engasgos, respiração acelerada, apatia, dor abdominal, tremedeira, aumento da salivação, aumento da temperatura corpórea, reações alérgicas, distúrbios gatrointestinais tais como, vômitos, diarreias com ou sem presença de sangue.
“Caso o animal apresente quaisquer desses ou demais sinais diferentes, é de extrema importância que o tutor leve até o médico veterinário de confiança, que fará a avaliação clínica do paciente e exames sanguíneos e de imagens, caso necessário, para que seja tratado da melhor maneira”, afirma Mariana. Ricardo complementa que não existe remédio mágico, principalmente os “famosos” da internet. “Somente o veterinário poderá decidir o melhor tratamento, pois muitas vezes é necessário medicamento injetável e internação. Sem contar que cada organismo responde de uma maneira, portanto, nem sempre o que foi bom para um pode funcionar para o outro. Sempre é bom evitar também remédio caseiro, ou sem orientação, pois pode mascarar os sintomas e agravar o quadro de saúde do animal”, relata o profissional.
Segundo ele, os cuidados extras serão fundamentais para aproveitar as festas de fim de ano tanto com os pets. Assim, todos ficam felizes!