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NOSSOS PETS

Raças de inverno e os cuidados em países tropicais

Nossos Pets conversou com uma especialista para entender as necessidades destes cães em relação ao calor

Por Stela Pires

27 de fevereiro de 2023, às 07h05

O calor não precisa ser sofrimento para os peludo - Foto: Image by fanjianhua on Freepik

Peludos e com resistência para baixas temperaturas, as raças de cães com origem em países com períodos de inverno rígidos têm sido comuns em climas tropicais, como o do Brasil. É rotineiro se deparar com um Husky Siberiano, um Samoieda ou até mesmo um São Bernardo pelas ruas, e se questionar se o calor e as altas temperaturas do verão podem ser prejudiciais para eles.

Nossos Pets conversou com a médica veterinária Profª Joyce Magalhães, com o objetivo de desvendar essas raças e entender se a adaptação para um clima quente afeta esses animais.

Essas raças possuem a pelagem mais densa por terem subpelo, que atua como manta térmica para regular a temperatura corporal. “Quando chega realmente o verão, esses animais começam a perder um pouco desse subpelo para que eles tenham maior facilidade de perder calor para o ambiente”, explicou Joyce.

Mas, mesmo sendo raças originárias de países frios e com invernos rigorosos, os principais cuidados com esses animais em relação às altas temperaturas e ao calor são semelhantes aos demais cachorros.

De acordo com a veterinária, existem algumas preocupações durante as altas temperaturas, como os casos de hipertermia, já que os cachorros não possuem glândulas sudoríparas para poder fazer a termorregulação.

Além da temperatura, outro fator para estar atento é a umidade relativa do ar, que pode interferir na sensação de calor que o animal sente.

“A gente sempre tem que estar atento aos horários de brincadeira e passeio”, disse Joyce. A professora explica que nesses momentos ocorre o aumento da temperatura corporal. Para conseguir baixá-la, a frequência da respiração aumenta e, consequentemente, a boca do animal fica mais aberta para aumentar a área de contato e trocar temperatura com o ambiente.

“Deixar um cão preso num lugar muito quente pode acarretar problemas. Um aumento muito alto da temperatura corporal é similar a uma febre, então o cão pode inclusive convulsionar”, disse.

TOSA. Mesmo sendo muito peludos, não é indicado que os tutores optem pela tosa completa com o intuito de aliviar o calor desses animais. “Na verdade, os pelos são um isolante térmico tanto para o frio como para o calor”, explicou Joyce.

De acordo com a veterinária, quando é mensurada a temperatura entre a ponta da pelagem e a pele de um animal que tem o pelo longo a diferença apontada chega a ser de 4ºC. “Significa que um animal que está com o pelinho mais comprido tem um conforto térmico melhor”, explicou.

O indicado é manter a tosa higiênica, quando é feita a limpeza da barriga do animal, por exemplo, expandindo as áreas de contato com o chão e auxiliando na troca de calor com o piso. “Deixar o animal quase sem pelo, com a pele exposta, pode predispor a dermatites e inclusive ao câncer de pele”, disse a veterinária.

O calor não precisa ser sofrimento para os peludos. A médica veterinária Mariana Agnese Bortolazzo é tutora da Bianca, uma Samoieda, raça originária do norte da Rússia, e tem cuidados específicos com a cachorrinha.

Dentre eles estão os banhos com menos frequência, com mais espaço de tempo, entre 30 e 40 dias. Outro ponto é a tosa, já que a raça pertence ao grupo em que o procedimento não é aconselhado.

“A gente sempre faz o possível para que ela se sinta confortável em épocas de calor, colocamos gelinho na água, utilizamos o ar-condicionado, tudo para que ela se sinta sempre segura e confortável”, disse. Mas, enquanto veterinária, Mariana aponta que é necessário analisar a individualidade e particularidade de cada raça na hora de ajudá-los.

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