Casa
‘Amor à vida’: conheça o design biofílico
Trazer a natureza para dentro dos espaços é a base deste conceito, que mistura elementos naturais na decoração
Por Isabella Holouka
13 de março de 2022, às 09h57 • Última atualização em 13 de março de 2022, às 09h59
Link da matéria: https://dev.liberal.com.br/revista-l/casa/amor-a-vida-conheca-o-design-biofilico-1718962/

A rotina mais restrita em função da pandemia da Covid-19, com as pessoas limitadas entre casa e escritório, impulsionou o desejo de ter nos interiores mais contato com a natureza através da decoração, na busca pela sensação de bem-estar. A reconexão entre as pessoas e a natureza é um dos motes do design biofílico que embora já fosse uma tendência, continua ganhando força na arquitetura e no design de interiores.
Biofilia é uma palavra que vem do grego e quer dizer amizade ou amor (philia) à vida (bios). “O design biofílico não é um estilo em si, mas sim o fato de trazer a natureza para dentro do espaço, independentemente do estilo de decoração, que pode ser contemporâneo, vintage, industrial ou super tecnológico”, explica a arquiteta Natalia Miello, do escritório SN Engenharia e Arquitetura.
A arquiteta cita materiais como pedras, madeira e tijolos ecológicos, que podem ser combinados e aplicados como revestimentos para compor o design biofílico. O mobiliário continua privilegiando diferentes tons de madeira e traz detalhes em materiais como palha natural trançada, rattan, vime, bambu, sisal e cordas naturais.
Na decoração, ganham espaço peças artesanais como cestos e leques de palha, além de peças em tricô, crochê, macramês e outras artes manuais que remetem a um estilo mais natural de se viver.
A mistura de materiais também inclui tecidos naturais como algodão e linho e contribui para o aconchego dos espaços.
As cores costumam ter tons quentes, se aproximando da madeira ou das pedras, ficando entre os nudes e terrosos, indo em direção ao verde das plantas ou ao azul do mar. O ideal é aproveitar a iluminação natural, mas os ambientes biofílicos possuem tanto a iluminação com spots quanto os pendentes, que possibilitam infinitas possibilidades de decor.
“O ambiente biofílico pede muito conforto. Ele quer te aproximar da natureza, então não pode faltar iluminação em tons amarelados e quentes”, sugere a profissional.
Por fim, para incorporar de vez o design biofílico a um ambiente, pensar no paisagismo é essencial. “É uma decoração que envolve as plantas no espaço, com folhagens bem verdes e espécies para ambientes internos”, aponta a profissional.
Madeira
Nos revestimentos, a busca por um visual natural e orgânico normalmente se dá pela escolha de pisos de madeira, laminados ou vinílicos – que hoje não se restringem apenas ao chão, também são aplicados nas paredes e no teto.
Dentre as três opções, a favorita costuma ser a madeira maciça. “É um piso que recebe dez camadas de verniz, e por isso costuma ter uma durabilidade de dez anos para o primeiro tratamento. Tem um valor agregado, e acaba sendo mais caro”, detalha Aline Sasse, arquiteta e urbanista, proprietária da Hausz, especialista em acabamentos.
Por outro lado, ela destaca a grande variedade de modelos de revestimentos laminados e vinílicos que se assemelham à madeira. No caso do vinílico, as vantagens também estão relacionadas à facilidade de instalação, custo-benefício e resistência.
O revestimento de paredes com tábuas de madeira maciça de demolição é outra possibilidade, que além de valorizar a matéria-prima é uma escolha ecológica.
“Através da logística reversa, um produto que já não serve a sua função original pode ser reutilizado. A madeira de demolição, que antes era aparente nas construções de casas, é reutilizada em móveis ou revestimentos”, aponta Silvana Suares Madureira, sócia proprietária da Ousadia di Madeira, ao lado de Valmir Aparecido Maioline Him, que também é designer de móveis.
Os painéis são feitos sob medida com tábuas cujo acabamento pode ser maquinado, semi-rústico ou rústico.