Diagnósticos mais precisos levam a tratamentos mais apurados – e quanto mais precoces, melhor. A máxima vale para praticamente qualquer especialidade médica e se aplica também à cardiologia.

Felizmente, hoje os pacientes cardiopatas têm acesso à tecnologias de exames não invasivos e que oferecem informações cada vez mais completas para a investigação de doenças cardiovasculares de diferentes tipos – sem precisar sair da cidade ou da região para realizá-los.

É o caso do Holter, gravação do Eletrocardiograma por 24 horas, do MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), que realiza a medição automática da pressão arterial a cada 20 ou 30 minutos por 24 horas, e do ecocardiograma, exame de ultrassonografia do coração que fornece imagens obtidas através do som.

Os três exames são realizados no município, inclusive na rede de saúde municipal, segundo informou a Secretaria de Saúde de Americana à Revista L. Segundo a pasta, cateterismos, angioplastias e cirurgias cardíacas, bem como procedimentos de angiologia e hemodinâmica, “de amplitude e complexidade”, ainda demandam o encaminhamento dos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) a municípios como Campinas, Piracicaba e São Paulo.

“Ampliar serviço de cardiologia para acompanhamento e detecção precoce de pacientes cardíacos” foi citado pela Secretaria como uma necessidade na área. “Regionalmente existe a demanda de criação de novo serviço de atenção cardiológica abrangendo atendimento adulto, infantil e pediátrico, com leitos de UTI coronariana e demais serviços”, informou ainda.

Na rede privada, segundo o médico cardiologista Dr. Eliel Barreto César, sócio diretor do Cincor (Centro Integrado do Coração), o Holter demandou o encaminhamento dos pacientes para fora da cidade até 1992, quando primeiro aparelho de eletrocardiograma foi adquirido pelo Cincor. Quanto aos cateterismos cardíacos, Barreto afirma que eram feitos apenas em São Paulo na década de 60 e em Piracicaba a partir de 1990, mas podem ser realizados no Cincor desde 2007.

Outros avanços na cardiologia citados por Barreto em processo de implantação no Cincor são o SRA e o SLG, que analisam os riscos de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e insuficiência cardíaca, respectivamente.

O médico cardiologista Dr. Allan Piffer, que atua na Clínica da Cidade, em Americana, aponta os exames de angiotomografia e ressonância magnética cardíaca como “avanços expressivos” na área.

“Antigamente não tínhamos artifícios para ver todas as anatomias coronarianas, mas hoje com a angiotomografia você consegue ver e tomar uma boa conduta. A ressonância veio muito bem para as doenças restritivas, infiltrativas, para quantificar fibrose do músculo cardíaco”, explica ele. Vale a pena ressaltar que cada exame tem sua devida indicação, e por isso é importante contar com a avaliação de um cardiologista. 

Controle de fatores de risco
O controle de fatores de risco é apontado pelo médico cardiologista Dr. Allan Piffer como principal cuidado para prevenir doenças cardiovasculares. Ele cita o controle do diabetes, do sobrepeso e do colesterol, bem como a prática de atividade física, como medidas importantes.

Além disso, pacientes que têm histórico familiar precoce precisam de um acompanhamento médico.

“Dor torácica em pressão, que pode irradiar ou não para a mandíbula e o braço esquerdo, para os ombros ou costas, associada a sudorese, mal estar e palidez são alguns fatores que chamam a atenção”, afirma ele, com relação aos principais sinais de problemas cardiovasculares.

“A exceção são os pacientes diabéticos, que tem uma isquemia silenciosa, por toxicidade do próprio vaso e causada pelo excesso de açúcar. Eles não necessariamente sentirão os sintomas, podem ter um cansaço e ser uma síndrome coronária aguda”, alerta o médico.