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Pilares da imunidade - O Liberal
25 de abril de 2024

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8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
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Revista Saúde

Pilares da imunidade

A importância de alimentação balanceada, controle de estresse e atividade física para a resposta imune

Por Isabella Holouka

13 de novembro de 2020, às 08h10 • Última atualização em 13 de novembro de 2020, às 08h11

O novo coronavírus (Covid-19) relembrou a importância do autocuidado para a diminuição da suscetibilidade a doenças - Foto: Adobe Stock

O corpo humano reage diariamente aos ataques de bactérias, vírus e outros micróbios por meio do sistema imunológico. A barreira complexa é composta por milhões de células de diferentes tipos e com funções distintas, que são responsáveis por garantir a defesa do organismo, mantendo o corpo funcionando e livre de doenças. O novo coronavírus (Covid-19) relembrou a importância do autocuidado para a diminuição da suscetibilidade a doenças, mas o assunto ainda é repleto de mitos.

De acordo com os especialistas em saúde ouvidos pela reportagem, a ingestão adequada e variada de nutrientes através de uma alimentação balanceada, associada a boas noites de sono, atividades físicas na intensidade correta e até mesmo um ritmo tranquilo de vida podem favorecer a imunidade.

Alimentação balanceada. Mais do que um combustível para o corpo, a nutrição fornece condições para as células de defesa existirem e ajuda a garantir que elas funcionem bem. “A glicose é um substrato energético e as proteínas são a matéria-prima para a construção das células. São dois nutrientes essenciais”, afirma Dennys Cintra, pesquisador da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em nutrição e clínica médica. “Não basta uma célula do sistema imune existir, ela tem que trabalhar bem, precisa também de vitaminas e minerais, que atuam no sistema intracelular, para que a sua maquinaria funcione direito”, completa o pesquisador

Recomendação nutricional de ingestão diária de vitamina C é 70 mg para mulheres e 100 mg para homens – Foto: Adobe Stock

Para deixar claro, ele dá um exemplo: não adianta ter um carro ótimo se, na hora de abastecer, o pior combustível for escolhido. Neste sentido, a melhor escolha para o corpo humano é a variedade de nutrientes – e não a quantidade.

Por isso, Dennys alerta para o perigo da suplementação que, quando feita por conta própria, além de não ajudar a melhorar a imunidade pode trazer malefícios à saúde.

Para se ter uma ideia, a recomendação nutricional de ingestão diária de vitamina C é 70 mg para mulheres e 100 mg para homens, e a cápsula com menor concentração encontrada no mercado possui 1 grama – 10 vezes mais do que a recomendação para os homens, sem falar na sugestão das marcas de suplementação de consumo duas vezes ao dia.

“A vitamina C é antioxidante, combate radicais livres e isso melhora o sistema imune. Mas com um exagero ela nos dá um efeito contrário. As pessoas acham que ‘mal não vai fazer’, mas isso é um erro”, defende o pesquisador.

“Não precisamos ter muito de um nutriente específico, mas uma quantidade mínima correta e frequente. Só conseguimos garantir isso variando a alimentação”, sugere Dennys, apontando a ingestão de alimentos naturais ou minimamente processados, com diferentes formas de preparo, como a principal maneira de ‘atingir as metas’ em nutrientes, vitaminas e minerais.

Controle do estresse. O que dormir bem, praticar exercícios físicos regularmente e manter a tranquilidade na rotina têm em comum? O controle do estresse, principalmente devido às liberações hormonais relacionadas, que também ajudam a regular a produção das células de defesa do organismo.

A prática de atividade física incorporada à rotina ajuda a combater o estresse – Foto: Adobe Stock

“Quando uma pessoa está muito estressada, ela produz o hormônio chamado cortisol, que diminui a quantidade de glóbulos brancos, células de defesa, produzidos na medula”, explica o doutor Felipe Augusto Teodoro, médico da família que atende na Clínica da Cidade, em Americana.

“O estresse não é só o trabalho que causa. Se a pessoa não dorme direito, ou fica muito debilitada por algum motivo, ela produz cortisol e pode ficar mais suscetível a doenças”, acrescenta ele.

Ao praticar exercício físico, por exemplo, o corpo inicia a produção de hormônios como a endorfina e o GH, hormônio do crescimento, que estimulam a medula a produzir glóbulos brancos.

Vacinas previnem contra diversas doenças causadas por vírus e bactérias – Foto: Adobe Stock

Vacinação. As vacinas previnem contra diversas doenças causadas por vírus e bactérias, e foram responsáveis pela erradicação da varíola e da poliomielite (paralisia infantil) no Brasil.

Mais efetivas no controle de doenças infecto-contagiosas do que o uso de medicamentos para sua cura, elas também são o método mais barato para controle da saúde pública.

A história das vacinas teve início no século XVIII, quando o médico inglês Edward Jenner descobriu a vacina antivariólica, a primeira de que se tem registro. Ele fez uma experiência comprovando que, ao inocular uma secreção de alguém com a doença em outra pessoa saudável, esta desenvolvia sintomas muito mais brandos e tornava-se imune à patologia em si, ficando protegida.

Jenner desenvolveu a vacina a partir de outra doença, a ‘cowpox’, tipo de varíola que acometia as vacas, pois percebeu que as pessoas que ordenhavam os animais adquiriam imunidade à varíola humana.

Consequentemente, a palavra vacina, que em latim significa “de vaca”, por analogia, passou a designar todo o inóculo que tem capacidade de produzir anticorpos no organismo. O médito Felipe Teodoro destaca a importância da vacinação para a expectativa de vida atual.

“As pessoas na idade média tinham uma expectativa de vida muito curta, em torno de 40 anos, e um dos nossos avanços é a vacinação. Mas doenças que estavam erradicadas no Brasil, como o sarampo, ‘voltaram’”, comenta o médico de família. “O País é muito bem visto na América Latina, por ser um dos que tem melhor cobertura vacinal, mas resta a sociedade buscar a vacinação de fato”, completa.

Mito do contágio. Uma crença que ainda atrapalha a vacinação é a de que a aplicação das doses pode causar o desenvolvimento da doença para qual a pessoa está sendo vacinada.

A médica infectologista Ártemis Kílaris, que atua na rede pública municipal de Americana, explica que indivíduos saudáveis não desenvolvem doenças a partir da vacinação, mas que cada caso deve ser avaliado de acordo com o estado de saúde e o imunizante necessário.

“Para pessoas que têm o sistema imunológico comprometido, que tomam corticóide em altas doses ou fazem uso de imunossupressores é desaconselhável que se tome vacina de febre amarela, por exemplo, que é uma vacina de vírus vivo”, explica a médica, ressaltando ainda que “as vacinas têm uma tecnologia altamente segura”.

As vacinas virais podem ser classificadas como atenuadas, inativadas ou de subunidades. As vacinas atenuadas são as que contêm agentes infecciosos vivos, mas enfraquecidos. Já as vacinas inativadas e de subunidades usam agentes mortos ou apenas partículas deles.

Tais componentes são chamados de antígenos e têm como função reduzir ao máximo o risco de infecção ao estimular o sistema imune a produzir anticorpos, de forma semelhante ao que acontece quando somos expostos aos vírus, porém, sem causar doença.

Exemplos de vacinas atenuadas são caxumba, febre amarela, poliomielite oral – VOP, rubéola, sarampo e varicela, que raras vezes revertem para a forma selvagem, causando a doença, e são contraindicadas para imunodeprimidos e gestantes.

São vacinas inativadas as que atuam contra a poliomielite injetável (VIP), a hepatite A, a gripe e a raiva. Quanto às vacinas de subunidades, são voltadas para as hepatites B e para a prevenção de infecções com vírus do papiloma humano (HPV). (Com informações da Bio-Manguinhos/Fiocruz)

Vacina obrigatória é constitucional e protege vidas

As vacinas virais podem ser classificadas como atenuadas, inativadas ou de subunidades – Foto: Adobe Stock

Até onde vai o poder de autoridade do Estado em relação à liberdade individual de escolher se vacinar ou não? Para a especialista em Direito Médico, Mérces da Silva Nunes, não há dúvidas: “O limite entre imposições estatais e a autonomia individual das famílias é a Constituição”. A Constituição Federal estabelece que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, a não ser em virtude da lei. No caso específico das crianças e adolescentes, a Lei nº 8.069/90, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), impõe aos responsáveis legais o dever de proteger a saúde desta população.

“A vacinação das crianças é obrigatória nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias, levando em conta que a proteção é indispensável para evitar que essa população tenha doenças para as quais há vacinas comprovadamente seguras e eficazes”. Promulgada desde 1975, a lei 6.259, que instituiu o Programa Nacional de Imunizações, ressalta a obrigação de se vacinar e implica em sanções como as previstas pela Portaria nº 597, de 2004, que instituiu o calendário de vacinações. Apesar de não existirem punições severas, a portaria aponta que o indivíduo que não tiver completado o calendário não poderá se matricular em creches e instituições de ensino, efetuar o alistamento militar ou receber benefícios sociais do governo.

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