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Celebridades

Agente do caos

Mais próximo da tevê, Matheus Nachtergaele alia diversão e consciência política em mais uma temporada de “Cine Hollíudy”

Por Geraldo Bessa - TV Press

11 de junho de 2023, às 08h58 • Última atualização em 11 de junho de 2023, às 08h59

Matheus Nachtergaele é bem criterioso quando o assunto é trabalho. Inicialmente mais conhecido do público de teatro e cinema, a relação com a televisão foi se desenvolvendo aos poucos, apostando sempre em produções de curta duração e que não comprometessem tanto seu intenso envolvimento com peças e filmes. Aos poucos, entretanto, a tevê foi ganhando um espaço especial na vida de Matheus. Retornar a viver o corrupto Olegário, um dos destaques da terceira temporada de “Cine Holliúdy”, celebra esse movimento. “Só me envolvo com produções que realmente façam sentido para o que quero dizer na minha vida. É sempre maravilhoso voltar a esta história, que é tão brasileira e que fala do sonho de viver essa brasilidade. Meu personagem provoca o caos e eu me divirto bastante”, ressalta.

Paulistano revelado pelo teatro alternativo de diretores como Antunes Filho e Antônio Araújo, Matheus estreou na tevê de forma tímida, ao participar de alguns episódios de “A Comédia da Vida Privada”, em 1997. No ano seguinte, chamou a atenção do público e da crítica ao viver de forma visceral o lendário Cintura Fina em “Hilda Furacão”. Apesar da presença bissexta, ao longo do tempo, figurou em projetos importantes como “O Auto da Compadecida”, “A Muralha” e “Os Maias”. Nos últimos anos, além de estreitar seus laços com a Globo, também protagonizou produções de canais pagos, como Curta! e Space. “Estou adorando esse momento de experimentar trabalhos, equipes e propostas diferentes. Sempre gostei do ambiente televisivo. Me faltava tempo”, destaca.

A terceira temporada de “Cine Holliúdy” celebra o fortalecimento de sua relação com a tevê. Como encara interpretar o Olegário mais uma vez?

Minha carreira na tevê é feita de fases. Mas trato sempre tudo com muita intensidade e entrega. No caso da série, eu assumo que sou realmente apaixonado pela diversão que ela me proporciona. Olegário ganha outros contornos a cada nova temporada. Sem, é claro, deixar de ser a síntese dos defeitos do homem político brasileiro, sempre muito ganancioso, machista e corrupto. Mas ele também tem um lado bom, que é a paixão pela Socorro (Heloísa Perissé). Aliás, contracenar com a Heloísa tem sido incrível.

Como vem se desenvolvendo essa parceria?

De forma muito natural. É maravilhoso ver a Heloísa de Tião nesta temporada. Ela comanda as grandes sequências dos novos episódios com esse outro personagem e composição e ainda tem de dar conta da Socorro. É a coroação do talento dela como comediante diante dos nossos olhos. Tião e Socorro influenciam bastante o Olegário e ele ganha camadas, fica ainda mais carregado de humor.

Você acha que é o humor que salva o personagem de ser um vilão total?

Sim. Como é uma comédia bem escrita, a gente procurou criar um Olegário que não fosse exatamente mau. É um homem cheio de defeitos, principalmente porque é infantil, não amadurece e não entende a diversidade e o potencial das diferenças. Isso fica mais nítido nesta temporada, já que ele vira um grande homem da televisão.

Em que sentido?

Essa briga da tevê com o cinema acontece em todas as temporadas. Dessa vez, há uma emissora de televisão em Pitombas e ela está sob controle dos caretas. O Edmilson (Filho) representa, através do Francisgleydisson, não só o homem nordestino, mas também as pessoas que sonham com a arte brasileira, com representatividade e respeito. Ele é o Brasil que sonha ser respeitado sendo brasileiro. A política é o agente que atrapalha esse sonho (risos).

Você é natural de São Paulo, mas acabou sendo escalado para diversos tipos nordestinos. Em algum momento você se incomodou com esse olhar do audiovisual sobre a sua atuação?

Não. Sinto que fui recrutado para ser um nordestino e fico extremamente honrado com esses convites. Vamos fazer o “Auto da Compadecida 2” agora e lá vou eu feliz de novo para o Nordeste. Quando fui convidado para fazer parte do “Cine Holliúdy”, achei um destino bonito. Porque o Nordeste do Brasil é mais uma ideia mítica. O sertão de tudo. É onde está a maior dificuldade, mas também a maior pureza. Nos salvou do fascismo recentemente, inclusive.

“Cine Holliúdy” – Globo – quintas, às 22h30.

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