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Celebridades

Cardápio de sucesso

Com quase uma década à frente do “Masterchef Brasil”, Ana Paula Padrão valoriza trajetória no entretenimento

Por CAROLINE BORGES - TV PRESS

14 de junho de 2023, às 19h29 • Última atualização em 14 de junho de 2023, às 19h30

Desde 2014, Ana Paula Padrão encontrou um novo caminho profissional à frente do “Masterchef Brasil”. O programa gastronômico, exibido nas noites de terça da Band, está há 10 temporadas sob o comando da jornalista. Habituada a usar as palavras para se expressar, ela prefere deixar a emoção e as lembranças ditarem as explicações de como essa jornada pelo entretenimento tem se desenvolvido. “A gente não fazia ideia do que esse programa iria virar. Não sabíamos que podíamos sonhar tão alto. Muitas pessoas me questionavam como eu podia ter trocado uma carreira bem-sucedida no jornalismo pelo ‘Masterchef’. Eu não troquei nada. Aconteceu. Tive a sorte de ter encontrado um programa incrível e uma equipe fantástica”, valoriza.

Sob a batuta da diretora Maria Mestiço, a nova temporada do “Masterchef Brasil” traz memórias atualizadas de outras edições. Os chefs Rodrigo Oliveira, Erick Jacquin e Helena Rizzo têm a missão de escolher o melhor cozinheiro amador do país ao longo dos próximos meses. “Temos um programa que é referência na gastronomia. Um programa que é sucesso comercial porque tem credibilidade e é sério. Honra o nome da marca que está com a gente”, ressalta.

Em 2023, o “Masterchef” chega à sua 10ª temporada. Até o momento, o que tem chamado a sua atenção durante as disputas gastronômicas?

É preciso saber jogar. Fazer as alianças e comprar as brigas certas nas horas oportunas, se impor, imaginar o que pode ocorrer com cada um nos próximos episódios, ou seja, tem de estar preparado para os mais diversos tipos de situações. Não adianta ser um excelente cozinheiro de doce se a avaliação é de salgado. Nem ter medo de mexer com um bicho inteiro ou não conseguir filetar um peixe e separar um frango achando que esse tipo de coisa não vai acontecer. Tudo é possível no “MasterChef” e, para levar o troféu, é necessário ter muita aptidão, cabeça boa e estratégia de jogo. Rapidamente percebi que tínhamos um elenco afiado.

Por quê?

Logo no início das seletivas, eu vi que eram extremamente resistentes, porque além de encarar todo o processo de seleção de bastidores, que quem está em casa não vê, os concorrentes tiveram de encarar 89 adversários. Depois, passaram por várias provas técnicas, duelos e embates para, finalmente, conquistarem o avental. Foi tudo muito tenso.

Durante o período de pré-produção, você tem alguma participação ao longo da seleção de elenco?

Não. Mas, antes de os participantes chegarem ao estúdio, eu já sei tudo sobre eles. Estudo bastante cada participante. Os jurados, no entanto, não conhecem nada sobre os candidatos. Eu tenho muitas informações porque compreendo que esse reality show é formado por pessoas. Isso é muito importante. Então, eu fico querendo saber uma série de coisas. Por que essa pessoa veio para cá? Qual o sonho dela? Ela quer mudar de vida? Provar alguma coisa para si própria ou para alguém? Tenho muito orgulho de ver ex-participantes do programa ganhando o mundo e fazendo sucesso.

Você tem contato com os ex-participantes?

Sim, é muito bonito ver uma galera ter a vida transformada por esse programa. Quando eu era jornalista, tinha muito orgulho quando me falavam que tinham feito jornalismo por minha causa. Então, eu comecei outra vida no “Masterchef”, outra história e me orgulho muito quando escuto alguém falar que esse programa transformou a vida dela. Devo ter feito algo muito legal na encarnação passada para viver isso duas vezes na minha vida. É um privilégio. É muito lindo mexer com gente, amo pessoas e vou estar sempre cercada de pessoas.

O “Masterchef Brasil” completa 10 temoradas no ar. Como uma experiente profissional de televisão, o que mais a surpreendeu nessa trajetória à frente do talent show?

O que mais me impressiona é que o entretenimento precisa ter um componente de verdade que é essencial para o sucesso do programa. No caso do “Masterchef”, nós, do elenco, nos damos muito bem e isso aparece no produto. As piadas, improvisos e a forma como interagimos é muito verdadeira porque nos conhecemos e gostamos uns dos outros. Todo esse clima de camaradagem colabora para que o espectador queira assistir não só ao jogo em si, mas a maneira como o conduzimos. Se esse clima fosse ruim entre nós, estou certa de que o resultado final seria diferente.

Mesmo após tantos anos, o “Masterchef Brasil” segue como uma das principais produções do horário nobre da Band. Como explicar essa longevidade na grade?

Passou muito rápido, né? Parece que foi ontem que a Elisa (vencedora da primeira temporada) ganhou os chefs com aquele filé de porco e purê de batata. Inclusive, toda vez que eu vejo o pai da Elisa abrindo a lata de goiabada eu choro (risos). Toda vez. Já vi várias vezes. Mas é porque é algo muito simbólico, né? Reality show é gente. Acontece na frente das câmeras. A gente sai com um roteiro todos os dias, mas a quantidade de coisas não roteirizadas é enorme. É isso que faz a mágica diante das câmeras. “Masterchef” é um programa de pessoas, sonhos, expectativas e problemas. Bonito ver isso acontecendo há tantos anos. O formato foi uma aposta corajosa da Band.

De que forma?

A gente não tinha ideia de que podia sonhar tão grande. O “Masterchef Brasil” é referência mundial desse formato. Todo mundo quer ouvir sobre o programa. Lembro que levei um susto quando me convidaram para apresentar a produção. Eu estava há um ano fora da tevê. Ao contrário do que pensam, eu não larguei o jornalismo para migrar para o entretenimento. Eu tinha deixado o jornalismo e pronto. Quando esse convite chegou, eu percebi que não era mais do mesmo. Eu vi que não era um convite para fazer jornalismo de outra maneira em outro lugar. Era um produto que a tevê aberta não se arriscava, não tinha coragem de fazer. A Band percebeu que era o momento de arriscar e fazer. Foi algo bem audacioso de início, mas funcionou. Quando falam que o “Masterchef” é a única coisa da Band, sabe o que é isso? É inveja de quem não teve coragem de fazer a mesma coisa lá atrás.

Após quase uma década, como você enxerga essa sua caminhada no entretenimento?

Muitas pessoas me questionavam como eu podia ter trocado uma carreira bem-sucedida no jornalismo pelo “Masterchef”. Eu não troquei nada. Aconteceu. Tive a sorte de ter encontrado um programa incrível e uma equipe fantástica. Claro que a primeira vez que eu me vi no ar no entretenimento foi bem estranha (risos). E eu já tinha 28 anos à frente das câmeras. Mas é uma experiência única e que mudou minha vida por completo.

“Masterchef Brasil” – Band – Terça, às 22h30.

Longe do fogão

São quase 10 anos à frente do “Masterchef Brasil”. Ainda assim, Ana Paula Padrão nunca se arriscou para ir além da cozinha dos estúdios do Polo Cinematográfico Vera Cruz, que ficam localizados em São Bernardo do Campo, em São Paulo. “Não me arrisco na cozinha de jeito nenhum. Sou uma cozinheira amadora bastante limitada”, confessa.

Ana Paula também está longe da função crítica. Apesar da convivência intensa com os chefs do programa, a jornalista nunca encarna o papel de crítica gastronômica nos restaurantes que frequenta. “Embora eu tenha aprendido muito com os chefs nesses anos todos e aprecie a boa mesa, gosto mesmo é de farofa e carne de lata, linguiça e torresmo, macarronada e molho bolonhesa. Não tenho paladar desenvolvido o suficiente para julgar ninguém”, pontua.

União na tela

Ao longo das temporadas do “Masterchef”, Ana Paula Padrão tem estreitado os laços de amizade com os chefs. Desde 2014, ela trabalha ao lado do francês Erick Jacquin e, há três temporadas, também divide espaço com Helena Rizzo. “É um prazer e uma aventura maravilhosa trabalhar ao lado de todos. O problema é que eles falam de comida o dia inteiro e eu não consigo participar (risos)”, brinca.

A atual temporada conta com a chegada do novato Rodrigo Oliveira. Proprietário do restaurante Mocotó, ele substitui Henrique Fogaça, que precisou se afastar das gravações por questões pessoais. “A chegada do Rodrigo está sendo ótima. Ele tem fama de bonzinho, mas não é tão bonzinho assim não. A gente está vendo nas gravações”, afirma.

Instantâneas

Ainda este ano, Ana Paula Padrão também comandará as edições do “MasterChef Profissionais” e “MasterChef+”.

A jornalista é autora do livro “O Amor Chegou Tarde em Minha Vida”.

Ana Paula é formada em Jornalismo pela Universidade de Brasília.

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