Celebridades
‘Mulheres de Areia’ retorna à grade da Globo
Com Gloria Pires como protagonista e antagonista, novela volta ao ar nas tardes da Globo em uma edição especial
Por CAROLINE BORGES_TV PRESS
26 de junho de 2023, às 10h17
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As disputas fraternas sempre foram um prato cheio para a dramaturgia. As rivalidades entre as gêmeas Ruth e Raquel, que encabeçam a história de “Mulheres de Areia”, escrita por Ivani Ribeiro, atravessaram o tempo, tornando-se referência dentro do gênero. Todo esse antagonismo estrelado por Gloria Pires, inclusive, poderá ser recordado a partir de hoje, dia 26 de junho. O folhetim retorna à grade da Globo em uma edição especial.
“Uma obra original da nossa talentosíssima Ivani Ribeiro, que se despediu da gente pouco mais de dois anos depois. A novela dirigida magistralmente por Wolf Maia, Ignacio Coqueiro e Carlos Magalhães foi um fenômeno, fazia sucesso com todas as faixas etárias. Foi intenso! A resposta do público foi linda e fico feliz cada vez que ainda hoje citam as gêmeas”, valoriza Gloria, que pode ser vista também como a vilã Irene, de “Terra e Paixão”.

A trama foi baseada em duas novelas anteriores da própria autora – “Mulheres de Areia”, de 1973, e “O Espantalho”, de 1977, exibidas na Rede Tupi e Record, respectivamente. A produção conta a história da disputa entre as duas irmãs pelo mesmo homem, o bem-sucedido empresário Marcos Assunção, papel de Guilherme Fontes. Idênticas na aparência, mas com personalidades totalmente diferentes, Ruth é verdadeiramente apaixonada por Marcos, enquanto Raquel só pensa em conquistá-lo para melhorar de vida.
Originalmente exibida em 1993, a novela contou com uma tecnologia inovadora para a época. Com isso, Gloria conseguiu contracenar com ela mesma. “Era extremamente trabalhoso fazer as cenas entre as gêmeas, demandando várias horas para a realização de uma única cena. Era preciso atenção aos mínimos detalhes. Sem falar quando as duas personagens começaram a assumir as identidades uma da outra”, relembra.
Além do papel duplo de Gloria Pires, a novela também ficou marcada na trajetória de Marcos Frota, que viveu o escultor deficiente mental Tonho da Lua. Assim como na versão de 1973, as esculturas de areia do personagem eram feitas pelo ator Serafim Gonzalez, que, desta vez, contava com o auxílio do filho, Daniel. Os dois chegavam às gravações três horas antes da equipe e faziam até quatro esculturas por dia.
“O Tonho da Lua arrancou a máscara da minha vaidade. Esse talvez tenha sido o maior impacto na minha trajetória, na minha carreira. Eu entendi, definitivamente, o exercício do ofício, da arte de representar, da arte de interpretar. Além disso, o Tonho da Lua rompeu a barreira do tempo junto com a novela. É um personagem lembrado até hoje, em todo o lugar que eu chego com o meu circo ou com outro evento, as pessoas vêm conversar comigo sobre o Tonho da Lua”, explica Marcos Frota.
A novela também carregou o mistério sobre o assassinato do inescrupuloso Wanderlei, interpretado por Paulo Betti. A morte do ambicioso amante da gêmea má se tornou um dos principais assuntos do público, que estava ávido por saber quem teria sido o autor do crime. “Eu fiquei muito preocupado quando soube desse destino do personagem porque, naquela época, as revistas às vezes publicavam as matérias como se fosse sobre a gente. Eles não iam dizer ‘Wanderlei foi assassinado’, podia sair em uma revista ‘Paulo Betti foi assassinado’. Então, eu tinha sempre essa preocupação em relação a minha mãe e aos meus familiares, para que eles não tomassem um susto vendo isso na imprensa. Era uma confusão danada”, recorda Paulo, que também está no ar em “Amor Perfeito”. “Espero não ter um ataque cardíaco ao ver a passagem do tempo (risos)”, brinca.