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Celebridades

Plena forma

Depois de um período de baixa, “Altas Horas” recupera o vigor com conteúdo de melhor qualidade

Por MÁRCIO MAIO - TV PRESS

17 de julho de 2023, às 22h16 • Última atualização em 17 de julho de 2023, às 22h17

Em 14 de outubro, o “Altas Horas” comemora 23 anos na grade da Globo. Exibido nas noites de sábado, o programa de Serginho Groisman manteve por muitos anos uma essência de qualidade, dando voz a uma plateia jovem e apostando em convidados para um bate-papo leve e descontraído, mas nunca raso. Houve um período, no entanto, que a Globo decidiu colocar o programa para brigar pela audiência com “Legendários”, da Record, comandado por Marcos Mion. Passou a transmiti-lo mais cedo e recheou o palco com cantores sertanejos e outros artistas impostos pelas gravadoras. Agora, Mion se tornou contratado da Globo e sem um embate direto, Serginho pôde trazer de volta seu verdadeiro elemento, com artistas de MPB mais gabaritados. Isso vem se refletindo na própria audiência, que nas últimas semanas tem ficado entre 14 e 17 pontos de média. Nada mau, considerando o dia da semana e o horário em que vai ao ar, sempre por volta das 23 horas.

Neste ano, mais do que em qualquer outro, Serginho vem apostando em edições especiais. De janeiro para cá, já houve homenagens a ídolos como Milton Nascimento, Xuxa, Skank e Rita Lee, esta última três semanas antes da morte da cantora, ou seja, uma das últimas aparições dela, que acompanhou o programa de casa, mas interagiu com o apresentador por link de vídeo. Verdade seja dita: na tevê aberta, há uma escassez de espaço de qualidade para atrações musicais. Existem, sim, produções que convidam artistas para se apresentar, mas o “Altas Horas” guarda um espaço especial para artistas mais refinados.

Os trabalhos de Serginho na tevê são acompanhados por um público jovem desde que ele estreou, ainda no fim da década de 1980, na TV Gazeta. Na TV Cultura, à frente do “Matéria-Prima”, já no começo dos anos 1990, Serginho passou a interagir com eles ali, na própria plateia. Começava, então, o formato adotado pelo jornalista até hoje, que se consagrou nos oito anos em que deu expediente no SBT, no comando do “Programa Livre”, entre 1991 e 1998. A presença desses jovens ali, porém, não significa que esse seja o público cativo do “Altas Horas” nas noites de sábado da Globo. Eles, no entanto, são fundamentais para a conversa. Principalmente porque não têm filtro e fazem perguntas que, normalmente, uma plateia com mais idade pensaria algumas vezes antes de pedir o microfone para fazê-las.

Outro ponto que favorece o “Altas Horas” é o protagonismo que os convidados ganham, mesmo quando não é uma edição especial. Mérito de Serginho, que se mostra um bom anfitrião e dá tempo suficiente para que todos falem. Não surpreende o fato de que muitos participantes ali entregam bem mais do que se vê em outros programas. Serginho tem a habilidade de deixar seus convidados tão à vontade que o clima de leveza favorece uma conversa livre de amarras. Não à toa, trata-se de um dos programas mais interessantes da tevê aberta, com um dos apresentadores mais inteligentes do país.

“Altas Horas” – Globo – Sábados, na faixa das 22h.

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