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Celebridades

Redenção na farsa

Grace Gianoukas se diverte com o sotaque carregado e o poder de persuasão da italiana Roma, de “Terra e Paixão”

Por Geraldo Bessa - TV Press

23 de julho de 2023, às 17h29 • Última atualização em 23 de julho de 2023, às 17h30

Estudar o roteiro de “Terra e Paixão” é uma das grandes alegrias da atual rotina de Grace Gianoukas. Além do tom naturalmente cômico do texto de Walcyr Carrasco, Grace enxerga na excêntrica Roma – uma atriz que já teve seus dias de glória e agora empresta sua atuação para ajudar nos golpes da dupla Luigi e Anely, de Rainer Cadete e Tatá Werneck –, uma figura próxima e muito possível no universo teatral.

Na trama, com a pressão dos La Selva em conhecer a supostamente riquíssima família de Luigi, Roma entrou em cena para viver a mãe do malandro e acabar de vez com qualquer desconfiança por parte de Petra, de Debora Ozório. Mesmo sem saber falar uma palavra em italiano, a farsante acaba ganhando a todos com seu sotaque carregado.

“Roma vive em um mundo de lembranças das coisas boas que viveu. Ela topa entrar nessa farsa e sente prazer em viver essa mulher supostamente poderosa e milionária. As cenas são hilárias porque ela leva o trabalho de atriz de fato muito a sério. Sente que está atuando em uma grande peça de teatro de fato”, explica, aos risos.

O tom levemente non sense e o contexto da retomada de carreira fizeram Grace recorrer a uma inspiração que sempre ronda suas memórias: o longa “Callas Forever”, de 2002. O filme flagra a famosa cantora lírica Maria Callas em momento de aposentadoria, já com a voz debilitada e bem longe de seus dias de estrela. Tudo muda quando um produtor começa a conseguir novos trabalhos para a soprano e ela retorna aos palcos em grande estilo.

“Dadas as devidas proporções, o movimento de retorno da Callas ao trabalho é minha grande referência para a Roma. Muito por conta da alegria que é voltar a se sentir viva e prestigiada”, avalia. Em cena, a dificuldade de Roma com o idioma acabou se tornando um gancho para o humor. Durante os ensaios, por sugestão da direção, a personagem acabou ganhando um ar de desentendida.

“Roma precisa segurar a onda de ser uma italiana sem falar italiano. Então, em vez de forçar a barra e ser desmascarada, ela finge que não está entendendo nada e fica repetindo as poucas palavras que conhece. Ela parece uma personagem de um conto de fadas”, explica.

Nas muitas sequências em grupo, Grace assume que é difícil segurar as gargalhadas diante das situações provocadas pelo texto. Ainda mais quando Tatá está em cena. “Terra e Paixão” marca o reencontro das atrizes sete anos depois de viverem mãe e filha em “Haja Coração”. “Fiquei muito feliz em voltar a trabalhar junto com a Tatá, uma atriz que sabe tudo de timing de humor e que sempre me faz ver alguma coisa nova nas cenas”, elogia.

Como nem tudo são apenas flores e aplausos na vida de Roma, Grace também tem experimentado alguns takes de outros gêneros na atual trama das nove. Na fina companhia de nomes como Glória Pires e Tony Ramos, ela confessa que as cenas dramáticas têm sido um grande aprendizado. “Comecei a fazer televisão mais tarde. Então, é maravilhoso trocar com esses craques do vídeo. Fico sacando um pouco do estilo de cada um, a concentração na hora de gravar e como trabalham diferentes emoções”, detalha.

Gaúcha da pacata Rio Grande, Grace tinha 20 anos quando resolveu se mudar para São Paulo para viver de teatro. A estreia nos palcos foi em “Acre vai à Rússia”, de Élcio Rossini, mas seu tino para a escrita e produção acabou a levando para projetos mais autorais. Algumas de suas criações acabaram a levando para a tevê, onde estreou fazendo diversos personagens no “TV Mix”, da TV Gazeta de São Paulo.

De forma esporádica, Grace acabou trabalhando em novelas da Globo, SBT e Record ao longo dos anos. Até que “Haja Coração” acabou estreitando de vez os laços da atriz com os estúdios, que nos últimos anos se destacou em produções como “Orgulho e Paixão”, “Vai Que Cola”, “O Dono do Lar” e “Salve-se Quem Puder”. “A tevê é um lugar de ótimos encontros. Exige muita entrega e dedicação. Demorei a tomar gosto de verdade, mas também acho que tudo aconteceu no momento certo”, analisa.

“Terra e Paixão” – Globo – de segunda a sábado, às 21h.

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